Wolverine – Imortal
A caracterização dos personagens japoneses foi bastante satisfatória. Os diálogos, as roupas e os trejeitos realmente fazem referência à cultura nipônica. Até mesmo o Japão, artificialmente montado em cenários australianos, de Mangold é bem construído e reconhecível, tanto em seus cenários urbanos, como no interior. Os destaques aqui vão para todo o elenco asiático, que atuou de forma belíssima, sobre tudo Hiroyuki Sanada, que interpreta Shingen Yashida e Rila Fukushima, no papel de Yukio Yashida.
Se no quesito caracterização a produção conseguiu um grande êxito, os erros presentes na obra também não foram pequenos. Apesar de muito mais bem construído do que em seu antecessor, o roteiro aqui também acaba deixando a desejar, expondo pequenos erros que incomodam e confundem o espectador. A transição da história poderia ter sido feita de forma mais fluida e, claramente, os cortes para garantir uma faixa indicativa mais baixa prejudicaram o andamento das cenas de ação.
O grande problema do filme se concentra no terceiro ato. Após dois atos divertidos e relativamente sólidos, o arco final da história se perde em uma performance pouco inspirada e uma sequência de ação confusa e pouco objetiva. Aqui, temos reviravoltas desnecessárias e pouco surpreendentes, o que acaba roubando um pouco do brilho da produção.
No final das contas, o título segue como uma boa pedida para quem procura uma diversão sem grandes compromissos. Os fãs do arco de histórias das HQs devem se esforçar para encarar a produção como uma adaptação livre, centrada em um outro universo, composto por personagens um tanto diferentes de suas contrapartes de papel. Diversão para a família toda, recheada de ação, ninjas e belas paisagens.