Os novos desafios de Haikaa
Como é o processo?
Basicamente, é assim: pergunto para meus contatos de primeiro grau se conhecem alguém que poderia se interessar pelo projeto. “Ah, conheço alguém”. No caso do idioma coreano, por exemplo, a menina escreveu a letra e ela mesma me ajudou com a pronúncia. A gente fazia reuniões via Skype. Ao mesmo tempo, escutava alguma música coreana e decorava a letra para ir treinando a articulação.
No caso de algumas línguas mais difíceis de pronunciar (o coreano é uma delas), ainda tive uma pessoa no estúdio para ajudar e me corrigir na gravação. A gente ia frase a frase, até acertar. É um processo bem longo.
Eu ouvi a música. Apesar de não entender a maioria, soou muito natural para mim.
Uma outra paixão minha são os idiomas. Sempre gostei muito de falar várias línguas. Desde criança, sempre tive interesse em pessoas que estavam falando coisas que eu não entendia. Então essa minha paixão facilitou muito o processo.
Outro fator é que, como cresci falando três idiomas foneticamente muito diferentes (português, inglês e japonês), acabei desenvolvendo uma gama ampla de sons. Tanto meu ouvido está preparado para identificar vários sons como meu aparelho fonatório (língua, lábio, laringe, faringe…) é mais flexível, acredito, em relação a alguém que cresceu falando apenas uma língua. O fato de ser musicista também faz com que meu ouvido esteja treinado para ouvir sons diferentes.
O meu objetivo com cada uma das línguas era que os nativos conseguissem entender o que eu estava falando. Sei que em algumas línguas consegui chegar bem perto disso e teve outras que ficaram no meio do caminho. A minha meta era que um nativo de turco conseguisse entender o que eu cantava em turco e assim por diante. Fui muito metódica nesse aspecto. Prestei muita atenção nisso porque, para comunicar a mensagem, a pessoa tem que entender o que eu estou falando, não é? [risos]
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