Os novos desafios de Haikaa
Você começou a usar naturalmente ou recebeu orientação para usá-las?
Tudo que eu faço acontece de maneira bem orgânica. Quando começou o projeto Work of Art, eu estava procurando letristas, não usava as redes sociais. Por uma questão de necessidade, já que tem muita gente que prefere se comunicar por Facebook, passei a usar.
À medida que fui usando, fui aprendendo a lidar com esse instrumento e percebendo as vantagens para uma artista independente como eu, em relação ao poder e independência para produzir e entrar em contato com o público diretamente, sem filtro ou alguém para dizer o que pode ou não pode.
Então as coisas foram acontecendo de maneira natural e, quando percebi as vantagens – como uma boa japonesa [risos] – fui lá, estudei, estudei, e procurei desenvolver uma plataforma fácil para os fãs me acharem, comprar as músicas, assistir a vídeos, mandar recados… Tudo aquilo que as plataformas digitais oferecem.
Conte sobre o The Right Challenge.
O The Right Challenge é uma campanha que comecei na semana passada, baseada em uma canção minha chamada “The Right”. Essa música fala sobre o direito que eu acredito que as pessoas têm de ser o que elas são, de exercitar todo o seu potencial, de descobrir quais são as suas paixões e não ter medo de ser feliz.
Zeitgeist é um termo alemão que significa “o espírito de uma era”. No meu entender, isso é a era digital, que é democrática, é gratuita e é global. Então fiz um vídeo muito simples, com grafite – que é uma manifestação bem zeitgeist – pus meu fone de ouvido, fui lá e dancei. De uma forma bem simples e direta: só com o direito que exerci de me expressar ali mesmo, no meio da rua, sem pedir licença para saber se eu poderia fazer aquilo ou não. Simplesmente foi o sentimento que eu quis expressar.
A partir desse vídeo, eu estou convidando todo mundo a se expressar. Então as pessoas vão lá, assistem ao vídeo – eu coloquei a música para download gratuito – se inspiram, fazem o vídeo e postam como resposta.
Começamos isso na semana passada, e já recebi muitas, muitas mensagens de pessoas do mundo inteiro querendo participar. Elas perguntam o que podem fazer, então respondo que não tem um limite; o objetivo é você expressar aquilo a que você se dá o direito, a sua paixão. Pode ser dançando, como eu fiz, ou não.
Recebi um vídeo de um rapaz que voa de asa delta, com a mensagem “eu me dou o direito de buscar voos cada vez mais altos”. Então é muito bacana, pois isso reflete o espírito do meu trabalho, que é sempre convidar as pessoas a participarem dele. Gosto muito do conceito da arte participativa, em que eu jogo uma parte, e as pessoas completam com a história delas.
Eu me vejo muito como um carteiro. Tenho uma inspiração, componho a música… Fico muito ansiosa para que as pessoas ouçam essa música, pois é como se eu tivesse que entregar uma carta. Então toda vez que sei que as pessoas foram lá, ouviram e processaram aquela música de um jeito delas, me sinto muito realizada. Na verdade, o meu objetivo maior é fazer com que as pessoas se apaixonem por elas mesmas.
Como artista, me coloco de uma maneira muito direta com as pessoas porque não acredito na separação entre artista e público. Não quero que as pessoas digam “quero ser como ela”, não quero que as pessoas se apaixonem por mim, quero que elas se apaixonem por elas. Então o The Right Challenge é um convite para as pessoas serem as estrelas de sua própria vida. Eu dou um empurrãozinho com a música e o vídeo – depois elas processam isso e recriam.
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