Budismo

Arquivo MJMonges japoneses: orações, meditação e trabalho nos templosHistória – A rota do budismo: da Índia ao Ocidente
O budismo foi fundado na Índia, no século 6 a.C., pelo buda Sakyamuni, um príncipe nascido no norte do país, cujo nome verdadeiro era Sidarta Gautama. Aos 35 anos, ele alcançou a iluminação (aproximadamente em 525 a.C.) e, desde então, viajou por toda a Índia com seus discípulos, ensinando e divulgando seus princípios por mais de 45 anos, até sua morte, aos 80 anos.

Mario PiroliOrin: espécie de sino utilizado nas cerimônias budistasApós sua morte, foram realizados alguns concílios que reuniram os ensinamentos de Buda, também chamados de dharma. Foi no segundo concílio budista, realizado cerca de 300 anos após a morte de Sakyamuni, que surgiram as duas principais correntes budistas: a Theravada e a Mahayana.

A Theravada (que significa pequeno veículo) enfatiza o alcance da iluminação pelo próprio esforço (individual) e é comum no Sri Lanka, na Tailândia, na Malásia e em outros países da Ásia.

A Mahayana (grande veículo) busca não só a auto-iluminação, mas também enfatiza a compaixão pela capacidade de servir a outros. A Mahayana é comum na China, na Coréia do Sul, no Japão e no Tibete.

1209_budismo_cerimonia.jpgCerimônia ao ar livre: o budismo é a segunda maior religião do JapãoDentro da corrente Mahayana, estão contidas as principais escolas da atualidade: ch’an (China), zen (Japão), que enfatizam a meditação, e a linha vajrayana (Tibete), que está ligada ao tantrismo, além de centenas de outras escolas.

A partir do século 19, e sobretudo no século 20, o budismo difundiu-se no Ocidente, primeiramente pelos escritos do filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860).

Ganhou os Estados Unidos e a Europa, com a filosofia zen, a partir das décadas de 50 e 60, e influenciou movimentos de contracultura e pop (Beatles, Beast Boys, Nirvana).

Nos anos 80 e 90, o budismo ganhou fama com a onda de filmes de Hollywood (O Pequeno Buda e Sete Anos no Tibete) e os livros do tibetano Dalai Lama, que se tornaram best sellers mundiais.

Fases do budismo

Apesar do aumento do interesse pelo budismo, os dados do Censo do IBGE ainda não mostram o crescimento do número de adeptos no país. Em 1991, o Censo registrou 236 mil praticantes e, no ano 2000, esse número manteve-se praticamente estagnado, com 245 mil seguidores.

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Templo Busshinji, representante do budismo zen japonês

O professor de Ciências da Religião da PUC-SP, Frank Usarski, explica que existe uma tendência de redução do número de budistas japoneses graças ao envelhecimento e extinção desse grupo que veio para o Brasil com a imigração. Essa redução compensa a adesão de novos praticantes não-descendentes.

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No altar do templo, adeptos deixam oferendas para Buda

Em seu livro O Budismo no Brasil, lançado em junho, o professor Usarski denomina Budismo de Imigração à primeira fase de estabelecimento da religião no país. Entre os “isseis”, ou a primeira geração de imigrantes, a prática do budismo atingia a maior parte da população, mas não houve uma transmissão para os filhos (nisseis) ou netos (sanseis). “Existia o problema da língua e, além disso, não havia monges budistas no país no início da imigração”, explica o professor.

1209_budismo_sessao.jpgSessão de meditação do Templo Zu Lai jeitinho brasileiroAlém disso, os japoneses não ofereciam resistência para a conversão de seus filhos ao catolicismo como forma de facilitar a adaptação à sociedade brasileira. Com isso, nas últimas décadas, as escolas do tradicional budismo japonês instaladas no Brasil vêm enfrentando a redução do número de praticantes entre os membros da colônia japonesa.

De acordo com Usarski, após a primeira fase, o budismo brasileiro entrou na etapa denominada “Conversão de Primeira Geração”. Essa fase saiu do âmbito do budismo étnico ligado aos imigrantes e se difundiu entre setores da intelectualidade.

Escritores, profissionais liberais, como o advogado e teósofo Lourenço Borges, e professores universitários, como Ricardo Mário Gonçalves (ex-professor de História da Universidade de São Paulo), são exemplos de pessoas que integraram esta segunda geração de budistas brasileiros, com forte influência da filosofia zen. Esse budismo ganhou adeptos nas décadas de 60 e 70, mas não se espalhou para outras camadas da população, e acabou por ficar com a fama de ser uma religião restrita a intelectuais.

As diversas escolas

No Brasil, o budismo chegou juntamente com os primeiros imigrantes japoneses. Nos primeiros anos, não havia templos nem monges. A partir da década de 30, mas sobretudo a partir dos anos 50, o número de templos e as escolas japonesas multiplicou-se e, como conseqüência, diversas missões começaram a vir para o Brasil.

A partir da década de 70, a Soka Gakkai iniciou sua impressionante expansão no Brasil. Nos anos 80 e 90, diversas escolas chinesas e tibetanas se estabeleceram no País. Atualmente, elas aguardam um forte crescimento do budismo brasileiro para as próximas décadas. Conheça, a seguir, quais são as principais escolas do budismo no Brasil:

Budismo japonês
Zen-budismo – inclui a Soto Zenshu, do Templo Busshinji.
Nichiren tradicional – inclui a Honmon Butsuryu-shu (HBS), responsável pela construção do primeiro templo budista no Brasil, em 1936, entre outras escolas.
Soka Gakkai – segue a linha Nichiren, mas é uma organização mais moderna, que surgiu no século 20 e é formada por leigos.

Budismo tibetano – inclui o Centro de Dharma De Choe Tsog, de São Paulo, de Lama Gangchen Rimpoche e do brasileiro Lama Michel, entre outras escolas.

A figura mais conhecida no Ocidente é de Dalai Lama, que pertence a uma das cinco principais correntes do budismo tibetano, a Gelukpa.

Budismo chinês – inclui o ch’an, do templo Zu Lai, de Cotia (SP), entre outras escolas.

Budismo coreano – existe apenas um templo no Brasil, pertencente ao chogye-budismo

Redação Made in Japan Redação do site Made in Japan
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Fonte: BCB (28/03/2024)
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