Japonês recebe Prêmio Nobel de Medicina
Os primeiros estudos sobre autofagia observaram que as células podiam destruir o próprio conteúdo envolvendo-o em membranas que eram “transportadas para um compartimento de reciclagem, chamado de lisossomo, para a degradação”, explicou o Comitê do Nobel do Instituto Karolinska. “Em uma série de experimentos brilhantes, Ohsumi usou fermento biológico para identificar os genes essenciais à autofagia”.
Embora o conceito de autofagia tenha sido estudado desde os anos 1960, foi somente em 1990, com a publicação de estudo do Dr. Ohshumi que o tema, pouco estudado até então, ganhou relevância. “Meu princípio básico é que eu quero fazer coisas que outras pessoas não estão fazendo”, disso Ohsumi à NHK após receber o prêmio.
Ainda de acordo com o Comitê do Nobel, as descobertas de Ohsumi levaram à um novo paradigma em nossa compreensão de como as células reciclam seu conteúdo. “Suas descobertas abriram as portas para a compreensão da importância da autofagia em muitos processos fisiológicos, como adaptação à fome e reposta a infecções”.
Assista à apresentação do Prêmio Nobel
Yoshinori Ohsumi, de 71 anos, é de Fukuoka, obteve o doutorado na Universidade de Tokyo, continuou suas pesquisas por três anos na Universidade de Rockefeller, em Nova York e retornou para o Japão para criar o próprio laboratório, em 1988. Desde 2009, é professor do Instituto de Tecnologia de Tokyo.
“Quando comecei minhas pesquisas, há mais de 27 anos, provavelmente apareciam 20 ou menos trabalhos sobre o tema, a cada ano. Agora, devem ser mais de 5 mil. É mudança gigantesca. Mesmo hoje, nós temos ainda mais questões para responder do que quando começamos”, disse em entrevista ao site oficial do Prêmio Nobel.
Ouça a entrevista (em inglês) do professor Ohsumi ao site do Prêmio Nobel
Este é o segundo ano consecutivo que o Prêmio Nobel de Medicina é dado a um pesquisador japonês. Em 2015, Satoshi Omura dividiu o prêmio com William C. Campbell e Youyou Tu pela importância de suas pesquisas sobre tratamento de infecções parasitárias.
Fontes: The Wall Street Journal, Kyodo News, NHK, Nobel Prize.