Hachiko ganha o merecido reencontro com seu dono
Inauguração da estátua homenageia os 80 anos de morte de Hachiko
A história de Hachiko comoveu o mundo como o símbolo da lealdade de um cão pelo seu dono. Algumas versões foram sendo mudadas ao longo dos anos, mas é certo que a história é verídica, aconteceu em meados dos anos 1920 e inspirou o filme “Hachiko Monogatari” (1987), que mais tarde ganhou uma versão americana “Sempre ao seu Lado” (2009), com Richard Gere.
A imagem que todos associam à história é a da longa espera do cão pelo dono na estação de Shibuya. Mas, mesmo depois de 90 anos de espera, é hora de relembrar os bons momentos de reencontro que Hachiko e Ueno tiveram antes da separação.
O dia 8 de março de 2015 marca 80 anos desde que Hachiko se foi e para homenageá-lo, alunos da Faculdade de Agricultura da Universidade de Tóquio fizeram uma estátua representando o reencontro dos dois.
Os recursos para a produção da estátua foram obtidos por doações (veja mais neste site) e a inauguração está marcada para o dia 8 de março, no auditório Yayoi, da Universidade.
A história de Hachiko e Ueno
Hachiko nasceu 1923, na província de Akita e logo foi adotado por Hidesaburo Ueno, um professor renomado da Faculdade de Agricultura da Universidade de Tóquio. Todos os dias, Hachiko acompanhava seu dono até a estação Shibuya, de onde partia para o trabalho, e voltava à estação no final do dia para retornarem juntos para casa. Se tornaram companheiros inseparáveis e repetiam essa rota todos os dias, até que um dia Ueno foi trabalhar mas não retornou mais.
O professor havia sofrido um AVC durante o trabalho e Hachiko, sem saber do ocorrido, continuou esperando por seu dono na estação. No dia seguinte, o cão retornou à estação para reencontrar seu dono, mas ele nunca mais retornaria. Mesmo com tantas tentativas frustradas, Hachiko continuou indo à estação, mesmo em dias de chuva e neve, por quase dez anos.
Nesse tempo, o cãozinho recebia cuidados de comerciantes ambulantes e usuários da estação, mas também era maltratado por alguns pedestres e às vezes por outros cães.
A perseverança do cão da estação Shibuya chamou a atenção de jornalistas e chegou ganhar destaque no jornal Asahi e em outros veículos do país. Com o passar dos anos, Hachiko foi ficando fraco até que não resistiu mais e faleceu no dia 8 de março de 1935.
Outras homenagens
A estátua mais famosa de Hachiko é a que foi colocada em frente à estação Shibuya, que serve hoje como ponto de encontro entre os japoneses e é também um símbolo da lealdade de um cão pelo seu dono.
O Museu Nacional da Ciencia do Japão também guarda a lembrança do cão empalhado, em Ueno e o mantém em exposição no acervo do museu.
A estátua do reencontro na realidade é a segunda já feita no Japão. A primeira está próxima à estação Hisai, na cidade de Tsu (província de Mie), onde o professor Ueno nasceu.
Além disso, outra estátua de Hachiko também está fixada em frente ao Museu dedicado à raça Akita, em Odate, na província de Akita, onde Hachiko nasceu. O museu foi criado pela Sociedade de Preservação dos cães Akita.