Jap-on musical

Leia entrevista com Masaaki Endo

:: Vídeo: Masaaki Endo fala sobre sua vinda ao Brasil

Made in Japan
Endo faz show no Anime Friends

Conhecido pelos fãs como o “Jovem Leão das anime songs”, a sua praia original é o hard rock, mas foi no mundo das animações e dos tokusatsus que ele pôde mostrar seu talento. O vigor de sua voz e a agitada performance de palco combinou com a interpretação enérgica exigida em obras que envolvem super-robôs e super-heróis. Sua estréia em anisongs foi uma canção da trilha sonora de Street Fighter II – Victory,”Forever Friends”.

Edson Nakamura
Cantor dá autógrafos no estande da JBC no Anime Friends
Em 2000, ele e outros cantores se juntaram para criar o JAM Project (Abreviação de Japan Animationsong Makers Project) e, em 2002, criou o grupo acústico Manga Trio, ao lado de Hironobu Kageyama e Hiroshi Kitadani. Esta é a segunda vinda de Masaaki Endo ao Brasil que se apresentou no Anime Friends, em 2004. Assim que voltar para o Japão, ele iniciará a sua turnê solo de verão pelo arquipélago – além de ter na agenda shows marcados para a Coréia do Sul.

Brincalhão e sorridente, Masaaki recebeu a equipe Henshin antes de seu show e nos contou como se sente de volta ao Brasil.

Você gosta de animes, mangás e games?
Acho que, da mesma forma que a grande maioria dos japoneses da minha geração, a primeira música que aprendi a cantar na vida foi uma música de anime. A influência dos animes na nossa infância é muito grande e, dessa época, eu trago boas lembranças de músicas como as do Doraemon, Cliffhanger (Lupin the 3rd), Goranger e Ultraman.

Este gênero de anisongs é algo muito forte e tipicamente japonês e acredito que foi proporcionado graças ao grande número de produções animadas de meu país.

Esse lance de eu ser um cantor especializado em anisongs é algo que não se encontra em nenhum outro lugar fora do Japão. Eu fico maravilhado com o alcance das músicas dos desenhos animados no mundo e espero que isso, de alguma forma, possa servir de instrumento de compreensão e paz no mundo.

Você passou por várias bandas de rock como o Steeple Jack e o Blind Pig antes de virar cantor de anisong, como se deu essa transição?
As bandas das quais participei no começo da carreira não se saíram muito bem e por volta de 1995, o (Hironobu) Kageyama me convidou para cantar anisongs. Eu entrei nessa, mas eu encarava tudo como um bico. Mas, conforme fui me aprofundando na coisa, fui gostando cada vez mais.

Algo que gosto, por exemplo, é que quando cantamos nossas próprias músicas, ficamos viciados nisso e corremos o risco de parar de evoluir porque só cantamos do jeito que gostamos. Entretanto, quando cantamos as músicas de outros compositores, somos obrigados a cantar até partes que não manjamos muito e, isso se torna um ótimo aprendizado e um grande desafio para músicos profissionais como nós. Eu sou muito grato às anisongs por isso.

Como os intérpretes são selecionados para cantar as músicas dos animes?
Depende do caso. Eu, por exemplo, sou requisitado quando querem um cantor para animes de super-robôs. Gostam muito de mim para esse gênero. Mas, fora isso, também existem concursos e seleções onde concorremos com outros profissionais.

Teve uma vez, quando fui gravar o LIVE in Baghdad, do Cowboy Bebop, que recebi o pedido inusitado de interpretar em “endês”, ou a “língua do Endo”. É que quando eu componho minhas músicas, gosto de ficar cantarolando a melodia fazendo sons com a língua enrolada, como se estivesse articulando em inglês ou alguma outra língua estrangeira, mas sem nenhum sentido. E a equipe me pediu para que eu cantasse exatamente dessa forma (risos). Portanto não existe uma letra no LIVE in Baghdad. Ela não faz sentido nenhum (risos).

O que você acha das músicas de animes que são substituídas por outras composições “originais” ou traduzidas em outros países?
Eu não me incomodo com essas mudanças. Eu acho que o importante é passar a mensagem para o público. Se isso acontecer, não vejo problema em trocar ou traduzir as músicas.

Como você compõe suas músicas?

O meu método é começar pelo refrão. Eu começo imaginando o nome da série ou a frase do golpe especial que vou repetir no refrão e vou montando a melodia e a letra a partir daí. Também tenho o costume de andar para buscar inspiração. Eu ando lentamente quando quero imaginar músicas mais lentas e acelero quando quero canções mais rápidas. Já cheguei a dar muitas voltas ao redor da casa como um louco esperando vir a inspiração (risos).

O Manga Trio não se reuniu novamente no Brasil, por que o Kageyama não veio este ano?
Ele adora o Brasil e foi uma pena ele não ter podido vir. Em 2004 foi o Kitadani que não veio e desta vez foi o Kageyama. Vamos ter que deixar para uma próxima vez (risos). O legal mesmo seria alugar um avião e trazer todo mundo para fazer o nosso show junto com os Yukai na Nakama Tachi* (risos).

*Kageyama Hironobu, Endo Masaaki, Kitadani Hiroshi noYukai na Nakama Tachi (Os amigos divertidos de Kageyama, Endo e Kitadani): é o nome do show que reúne os três junto com vários cantores amigos.

O Ricardo Cruz gravou uma música com o JAM Project. O que achou do trabalho dele?
Quando vim aqui em 2004, escutei o Ricardo cantando e achei muito bom. Ele gosta de anisongs e entende do assunto até mais do que os próprios japoneses. Quando surgiu a história da escolha do novo integrante do JAM Project e eu soube que a seleção estaria aberta para candidatos de outros países, eu pedi para o Kageyama falar com o Ricardo pois achei o nível dele bem alto. Entre os finalistas também estavam outros japoneses, mas o Ricardo era o melhor.

Esta é a sua segunda vinda ao Brasil, qual é a sua expectativa desta visita?
Da outra vez era tudo novidade e nem tive condições de aproveitar direito. Desta vez eu espero curtir as coisas com mais calma. Ah, sim: eu estava com saudades de caipirinha (risos).

O que achou do seu show de 2004?
O público esteve muito animado. Foi uma grande surpresa. Antes de vir, eu achava o Brasil tão longe… e ficava com receio de saber se iriam gostar mesmo de minhas músicas ou de minha performance. Na fim, nunca vou esquecer do público cantando junto comigo. Mesmo hoje, quando enfrento algum problema no meu trabalho, eu relembro a emoção daquele dia para recuperar as minhas forças e seguir em frente.

Você já cantou em vários países. Os públicos são muito diferentes?
Os fãs de anisongs são empolgados em qualquer país. Mas o Brasil é muito especial porque parece que faz parte da índole do povo ser entusiasmado. Já, os fãs japoneses são mais tímidos, apesar de também curtirem as músicas.

Mande uma mensagem para os seus fãs brasileiros.
Eu gosto do calor do povo brasileiro e acho que todo mundo daqui tem um coração legal. Cada ano vem novos artistas neste evento e, este ano, reunimos eu, o Kitadani e a Yumi. Gostaria que o público aproveitasse esta oportunidade de curtir um show ao vivo que só pode ser feito por nós três. Espero que gostem.

Entrevista: Arnaldo Oka

Redação Made in Japan Redação do site Made in Japan
Jap-on musical Conteúdo da Made in Japan #107
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Fonte: BCB (21/11/2024)
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