Aikidô – União, energia e caminho
Para chegar a esse nível de sinergia, é preciso, além da dedicação nos treinamentos, também uma qualidade de vida condizente com o tipo de harmonia que se busca no dojo. Isso inclui cuidados com a alimentação, humildade, autoconhecimento e muito respeito. Requisitos físicos? Basta que a pessoa seja capaz de ficar em pé. Um lutador forte e atlético pode muito bem ser levado ao chão por um oponente pequeno, leve e aparentemente frágil, já que a única utilidade da força bruta no aikidô é justamente a de ser redirecionada contra quem a aplica. No Japão, as mulheres formam a maioria entre os praticantes de aikidô. Nem mesmo a idade é empecilho para essa arte: basta saber que seu fundador, Morihei Ueshiba, que morreu em 1969, aos 85 anos, fez sua última demonstração de aikidô 3 meses antes de sua morte e, mesmo octogenário, ele continuava sendo um lutador admirável, além de um verdadeiro líder espiritual.
O fundador do aikidô, Morihei Ueshiba, aplica um ikkyo em um aluno. Foto de 1935. À dir., o sensei Yamada (à dir.) em açãoSeu legado continua presente em todos os dojos espalhados pelo mundo. Atualmente, existem mais de 1 milhão e 300 mil praticantes em 70 países. No Brasil, eles ainda são relativamente poucos – cerca de 6 mil – , mas já surgem iniciativas, como a da prefeitura de São José dos Campos (SP). A idéia é ministrar a 200 guardas municipais um curso de 4 meses para defesa e imobilização sem causar lesões nas abordagens, a exemplo do que acontece no Japão, onde o aikidô faz parte do treinamento da polícia.
Os que se dedicam à arte garantem que o aikidô traz muitos benefícios. “Em nosso ambiente de harmonia, o praticante amadurece, se torna sociável e desenvolve os sentidos, a intuição, além da disciplina e da autoconfiança”, afirma Bull. Seu mestre, o japonês Yoshimitsu Yamada, faixa preta 8º dan, foi discípulo direto do fundador Ueshiba e treinou pessoalmente com o maior dos senseis. No ano passado, em visita a São Paulo, Yamada fez uma exibição. Mais que movimentos executados com perfeição, o mestre japonês mostrou aos praticantes a essência desse estilo de luta. “Existem muitos caminhos para que uma pessoa se torne melhor, física e mentalmente, e o aikidô é um deles. Nós temos uma maneira um pouco diferente de fazer isso, através da arte marcial, mas no fundo o objetivo é o mesmo. O treinamento e a dedicação servem como meio para se conseguir um fim em comum: a paz interior”, explicou Yamada.
Onde praticar
ACAM – Associação Cultural de Artes Marciais
R. Nelson Fernandes, 343, São Paulo, SP. Tel.: (0xx11) 5017-3803.
Associação Shinwa de Aikidô
R. MMDC, 205, São Paulo, SP. Tel.: (0xx11) 3721-7536.
Instituto Takemussu – Brazil Aikikai
R. Mauro, 331, São Paulo, SP. Tel.: (0xx11) 5581-6241.
Instituto Takemussu de Londrina
R. Prudente de Moraes, 245, Londrina, PR. Tel. (0xx43) 327-5867.
Instituto Takemussu de São José dos Campos – Michi Dojo
R. Presidente Wenceslau Brás, 136, São José dos Campos, SP. Tel.: (0xx11) 3943-2892.
Instituto Takemussu de Santos – Shugyo Dojo
Av. Dr. Pedro Lessa, 2218, Santos, SP. Tel.: (0xx13) 231-7938.
Ki Toji Dojo – Escola de Aikidô do Rio de Janeiro
R. Conde de Azambuja, 45, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: kitodojo@bol.com.br
Sociedade Esportiva Palmeiras – Departamento de Aikidô
R. Turiassu, 1840, São Paulo, SP. Tel.: (0xx11) 3873-2111.
Todas as fotos desta reportagem, com exceção da foto do sensei Morihei Ueshiba, foram feitas no dojo do Instituto Takemussu, com a colaboração do professor Wagner Bull e de seus alunos
Reportagem: Leonardo Nishihata; Fotos: Mario Piroli
Matéria publicada na edição #66 da Revista Made in Japan
