Tudo vira mangá
Erotismo
Com os mangás sendo produzidos em ritmo industrial e a economia do país crescendo a passos largos, a década de 60 marcou a explosão deste tipo de entretenimento. Desde então começaram a surgir títulos bem variados para atender a um público cada vez mais dirigido. Existem quadrinhos tão específicos que parecem mais informativos de associações.
A Combat Comic, por exemplo, descreve com detalhes nos quadrinhos as táticas militares de exércitos de todo o mundo.
Um dos ramos que mais cresce é o dos mangás eróticos – para qualquer que seja a opção sexual do leitor. São verdadeiras revistas pornográficas, em forma de quadrinhos, usando desenhos bem feitos no lugar das fotos. A maior vendagem deste setor fica com os redicomi – a maneira japonesa de falar lady’s comics -, como são chamados os mangás destinados ao público feminino. Há 55 revistas diferentes e, no ano de 1995, todas juntas venderam em torno de 101 milhões de exemplares.
Elas são a maior prova de que a mulher japonesa está mudando. No começo dos anos 80, os redicomi traziam inocentes casos amorosos. Agora o termômetro do erotismo está sempre batendo nas alturas. É quase impossível abrir uma revista deste gênero e não encontrar cordas e máscaras usadas em sessões de sadomasoquismo, vibradores e as mais variadas cenas de sexo.
“A mulher japonesa era educada para ser submissa ao marido e devotada aos filhos. Isto mudou e ela quer descobrir sua própria sexualidade”, acredita Mimei Sakamoto, hoje com 51 anos e autora de diversas revistas do segmento redicomi.
Apesar de alguns setores como o do redicomi não pararem de crescer, há três anos os mangás estabilizaram nas vendas. “O mercado está no limite, a solução que a indústria tem aplicado para continuar se expandindo tem sido levar as personagens de sucesso para outras mídias”, diz Sakamoto.
O caminho é sempre o mesmo: o mangá que vendeu bem nas bancas vira uma coletânea publicada em livro. Se for sucesso novamente, transforma-se num desenho animado de televisão, os tão conhecidos ‘animes’. O passo seguinte é ser levado para as telas de cinema. Isso sem contar as variações pelo meio do caminho como CD, videogame e uma infinidade de souvenirs. Há até casos de enredos que se tornaram novela para TV.