A arte japonesa em quimonos e Ukiyo-ê

Cores e combinações para cada uma das estações do ano
Cores e combinações para cada uma das estações do ano

O quimono é uma das vestimentas típicas da cultura japonesa e tem versões femininas e masculinas. Os seus modelos, usados pelas cortes japonesas no período Heian (795-1185), revolucionaram a moda ocidental. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a influência da cultura ocidental no país, o quimono foi perdendo espaço no cotidiano japonês, mas até hoje eles são usados em festividades tradicionais e ainda inspiram estilistas do mundo todo.

Cada detalhe, do tingimento à costura manual, tornam uma peça de quimono única tanto para quem veste como para quem o admira. Por isso, o Museu da Imigração Japonesa do Brasil (MHIJB) convidou a curadora Denise Mattar para organizar a exposição “A Arte dos Quimonos e as Gravuras Japonesas do Acervo Artístico dos Palácios”, em parceria com o Palácio dos Bandeirantes.

A exposição traz ao público 30 modelos de quimonos que são parte de uma coleção de 400 peças do acervo do MHIJB e os fundos arrecadados devem ser investidos na adaptação da reserva técnica do museu para adequar a climatização e armazenamento dos quimonos. “Hoje eles estão guardados individualmente em invólucros de papéis especiais de pH neutro , mas estão todos um em cima do outro e sem climatização”, explica a curadora. Além da exposição em São Paulo, uma outra exposição deve ser levada ao Rio de Janeiro e está programado o lançamento do catálogo da exposição.

A campanha de arrecadação para a melhoria da reserva técnica também inclui as comemorações dos 105 anos da imigração japonesa no Brasil (comemorado no dia 15 de junho) e dos 35 anos da fundação do MHIJB.

Réplica de um quimono de doze camadasRéplica de um quimono de doze camadasA curadora convidada explicou que escolha de quimonos foi centrada em temas e alguns estão expostos em manequins para mostrar a complexidade da vestimenta também no ato de vestir, com os detalhes do obi (laço amarrado à cintura) e dos complementos como o obijime (corda amarrada sobre o obi) e flores que enfeitam o penteado. “Quando a gente resolveu juntar a exposição de arte e dos quimonos, resolvi trabalhar somente com os quimonos femininos porque são uma expressão de arte por si só”, disse.

Os temas que agrupam os quimonos são as quatro estações, que diferenciam os quimonos pelas variações de cores (de tons mais alegres para a primavera a tons mais sóbrios para o inverno), os trajes de casamento, que trazem cores vibrantes e desenhos como carruagens e grous (símbolos de prosperidade, longevidade, bons auguros), trajes cujo destaque é a técnica de tingimento e tecelagem, que são feitos por amarrações nas tramas (shibori) para destacar os desenhos das áreas isoladas ou o rinzu (tecido que apresenta uma textura adamascada). Outros temas escolhidos foram os laços, leques, pinturas e os trajes para mulheres casadas. Um dos manequins de destaque é o que expõe a réplica de um quimono de doze camadas, usado pela corte japonesa no período Heian (795-1185). Esse modelo tinha como última camada o uchiki, que deu origem ao elaborado uchikake, usado hoje como parte do traje de noiva em cerimônias de casamentos tradicionais.

Exposição de gravuras em Ukiyo-ê

Em conjunto com a exposição de quimonos, o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo também apresenta 30 gravuras japonesas produzidas no século XIX. Estudos ainda estão sendo desenvolvidos acerca da origem das gravuras, mas foram doados ao Estado de São Paulo no século XX e hoje fazem parte do acervo.

As imagens remetem à cenas cotidianas do período Edo (1600-1867), com temas como o teatro kabuki, os guerreiros e as mulheres de entretenimento (chamadas de figuras bonitas).

Trata-se de uma expressão artística que também influenciou a arte ocidental, explica Denise Mattar. Quando o Japão abriu os portos em 1968 e começou a exportar para a Europa, os impressionistas franceses como Monet, Manet, Van Gogh tiveram o primeiro contato com a arte japonesa. “E eles ficaram encantados, porque a arte japonesa não tinha nada a ver com a arte ocidental que trabalhava com a perspectiva, as cores, a verossimilhança. A arte japonesa não propunha isso, trabalhava com uma forma de arte mais simbólica, mais gráfica”, destaca.

Exposição “A Arte dos Quimonos e as Gravuras Japonesas do Acervo Artístico dos Palácios”

Quando: de 29 de maio a 28 de julho
Onde: Palácio dos Bandeirantes. Avenida Morumbi, 4500, Morumbi – São Paulo/SP
Horário de visita: de terça a domingo, das 10h às 17h (de hora em hora)
Quanto: Gratuito
Informações: (11)2193-8282 monitoria@sp.gov.br
Estacionamento gratuito

– Grupos acima de 10 pessoas: agendamento com 48h de antecedência no link.

– Todas as visitas são acompanhadas por monitores

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Fotos: Rafael Salvador/ JBC

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Fonte: BCB (25/04/2024)
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