Brasileira canta na televisão japonesa
“Todos os candidatos eram estrangeiros e fomos muito bem recebidos”
A cantora paranaense Adriane Jesus, integrante da banda de j-pop/rock “The Black Heaven” surpreendeu os jurados da emissora japonesa NTV (Nippon TV) com a sua voz ao se apresentar no programa Nodojiman The World, um dos maiores concursos de karaoke da televisão nipônica. Ela viajou em abril até o Japão a convite do programa e conta como foi sua experiência.
Desde criança Adriane já mostrava seu talento musical. Cantou em coral de igreja, depois seguiu adiante participando de projetos musicais, até conhecer a música japonesa e começar a cantar em eventos de cultura japonesa.
Natural de Curitiba (PR), Adriane é designer e sua paixão pelas artes inclui também a cultura nipônica “um dos aspectos da cultura japonesa que mais adoro é a moda. Tento seguir gyaru kei, porque é um estilo com o qual me identifico muito”. Adriane atende pelo nome artístico Nani Usagi. “É um apelido que ganhei há muitos anos, por conta da personagem principal do mangá “Sailor Moon”. Somos igualmente desastradas!” explica.
“Um dos aspectos da cultura japonesa que mais adoro é a moda”O contato com o programa surgiu quando uma amiga que mora no Japão, indicou o link de inscrições para a pré-seleção do Nodojiman The World, para estrangeiros. Nessa época, seu amigo Marcelo Ribeiro, integrante da mesma banda, foi para o programa e o recomendou para Nani. Em setembro, a sua audição foi ao ar e no início deste ano já recebeu o convite para participar também.
A edição do programa que Adriane participou foi dividido em 5 blocos com 4 participantes cada e o mais votado de cada bloco seguia para uma segunda etapa que definia o vencedor. Ela conta que o seu bloco foi bem concorrido. “Estavámos eu, o Richard, que também participou pela primeira vez, o Nicholas Edwards que já é bem famoso por lá e a Diana, que foi a vencedora. Sabia que não tinha muitas chances, mas é assim mesmo, o que vale se não for para estar entre os melhores?”.
Como foi a experiência de cantar para os japoneses?
Foi muito emocionante porque todos os candidatos eram estrangeiros e fomos muito bem recebidos. O público foi extremamente carinhoso e me surpreendi com o “calor” das pessoas! Eles ficam realmente emocionados e orgulhosos de ver pessoas de outros países e culturas cantando e divulgando a cultura deles.
Como foram os bastidores do programa?
Foi extremamente divertido, leve mesmo. Não tinha aquele clima de competição e fiz muitos amigos, tanto pessoas de produção, quanto os outros cantores. Alguns deles que já moram no Japão, participaram de outras edições do programa e têm uma carreira por lá e tudo, mas ainda assim foram incríveis conosco, participantes de primeira viagem!
Você faz os shows daqui caracterizada, lá no Japão eles não deixaram você usar o look gyaru kei?
Sim, sim. Um dos aspectos da cultura japonesa que mais adoro é a moda. Tento seguir gyaru kei, porque é um estilo com o qual me identifico muito, mas para o show todo mundo usou maquiagens e produções mais leves e quem pode até usou trajes típicos de seus países. Optamos por um visual mais natural e sexy, bem característico do Brasil. Mas nos dias que fiquei por lá usei gyaru sempe e foi um incentivo muito grande ser reconhecida como gyaru no Japão para eu continuar a me aperfeiçoar no estilo!
Foi a primeira vez que esteve no Japão? O que você conheceu lá que te chamou atenção?
Não, foi a segunda vez. A primeira vez foi em 2008. Ganhei o “Animeke Show” durante o Anime Friends de 2007 que julgado por artistas como Kageyama e Nobuo Yamada. Adorei tudo por lá! Mas desta vez foi especial porque consegui ver o que mais queria, o hanami! E foi por acaso a melhor semana da florada das cerejeiras. Todo e qualquer lugar da cidade tinha cerejeiras em flor. Sempre sonhei em ver isto e realizei.
Vídeo: Makoto Hidaka