Programa JET visa intercâmbio cultural
Daniela e Alan recebem orientações do presidente da associação de ex-participantes do JET Programme do Brasil, Max Jun Shimabukuro
“A gente aprende o valor da gratidão, de que pequenas coisas fazem a diferença para alguém. O simples fato de você atender o telefone em português quando alguém liga falando português e ela agradecer só pelo fato de você falar a mesma língua me fez pensar no que eu poderia fazer para melhorar a vida dessas pessoas. É um trabalho muito gratificante e se torna um estímulo para você começar a planejar novas coisas”. Esse depoimento de Cristina Sagara mostra um pouco do trabalho realizado em uma Fundação de Intercâmbio Internacional pelo Programa JET. Ela foi a primeira intercambista brasileira a trabalhar para a província de Mie e, lá, participou por três anos como colaboradora do programa promovido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.
O Programa JET foi criado em 1987 e já atraiu mais de 50 mil participantes, de 50 países, com o objetivo de contribuir para a divulgação e intercâmbio cultural. O Brasil participa do programa desde 1995 e hoje, soma 16 intercambistas em atividade no Japão. As modalidades em que o Brasil participa são as de Coordenadores de Relações Internacionais (CIR) e de Orientadores Esportivos (SEA).
Karen Narita vai atuar na prefeitura de Obihiro, Hokkaido
Para o ano fiscal de 2013, mais três brasileiros foram designados para desempenhar o papel de coordenadores internacionais. Karen Narita vai atuar na prefeitura da cidade de Obihiro, em Hokkaido, e vê nesse programa a chance de “buscar a compreensão mútua entre as culturas e encurtar as distâncias entre os imigrantes brasileiros, o governo e os japoneses”, diz.
Já Daniela Kikuchi vai para Yamanashi para atuar no escritório da província. “Independentemente da nacionalidade, queria que as pessoas entendessem quão importante é a vida, como ela é bela em sua forma. Então, eu queria passar isso para os japoneses e aprender deles também esse modo de ver a vida”, diz Daniela que tem formação na área de biológicas.
O terceiro integrante do grupo é Alan Uchida, que vai para Shizuoka, região onde há grande concentração de imigrantes brasileiros. “Espero poder contribuir com esse intercâmbio cultural e que eu possa melhorar a imagem que os brasileiros têm no Japão”, conta Alan. O intercambista vê esse trabalho também como uma oportunidade de desenvolvimento profissional, pois pensa em trabalhar como intérprete e seria uma vivência importante para “compreender melhor a cultura japonesa e estabelecer uma comunicação melhor”, completa.
As relações entre Brasil e Japão vêm se estreitando e já estabeleceu 57 acordos de filiação com cidades, estados e regiões que se tornam “irmãos” com acordos de cooperação mútua. As chamadas cidades-irmãs visam promover projetos de intercâmbio cultural e econômico e geralmente têm algum laço cultural ou histórico entre si. (Veja lista completa aqui)