Banco Mundial divulga relatório inicial sobre economia japonesa
O Banco Mundial emitiu um comunicado em que afirma que o crescimento do produto interno bruto do Japão deverá diminuir em razão do terremoto e tsunami que atingiram o país em 11 de março. Entretanto, a entidade acredita que essa situação será temporária, uma vez que o crescimento seria retomado conforme a reconstrução seja iniciada, o que é estimado para a metade do ano.
“Dada a importância do Japão no Leste Asiático, as consequências desses trágicos eventos serão sentidas na região. Mas é muito cedo para dar uma avaliação precisa dos prováveis danos”, disse Vikram Nehru, economista-chefe do Banco Mundial para a região do Leste Asiático e Pacífico. “Neste momento, esperamos que o impacto econômico na região seja breve. No futuro imediato, o maior impacto será em termos de comércio e de finanças. Esperamos que o crescimento no Japão seja retomado conforme os esforços de reconstrução acelerem”, completou.
Depois do terremoto, o Banco Mundial divulgou um relatório com impressões iniciais sobre o efeito na economia japonesa. Nele, há uma comparação com os prejuízos referentes ao terremoto de Kobe, que aconteceu em 1995 e alcançou magnitude 6.9.
O prejuízo total do terremoto de Kobe foi avaliado em US$ 100 bilhões, com orçamento nacional de reconstrução de US$ 38 bilhões em dois anos fiscais. Para o terremoto de Tohoku, a estimativa é de prejuízos entre US$ 122 a 235 bilhões, com orçamento de reconstrução a partir de US$ 12 bilhões, mas que deverá aumentar muito no ano fiscal de 2011.
Em relação ao impacto na economia do Leste Asiático, a interrupção da produção de componentes, especialmente nos setores automobilístico e eletrônico, também causa problemas, já que o Japão ainda fabrica muitos componentes que alimentam as linhas de produção em outros países.
De acordo com o relatório do Banco Mundial, fabricantes de carro da Tailândia afirmaram que os componentes importados do Japão vão durar até abril, enquanto empresas coreanas estão lidando com alta de preço de chips de memória, uma vez que o Japão responde por cerca de 35% de sua produção global. Já países exportadores de energia, como Indonésia, Malásia e Vietnã, podem se beneficiar pelo provável aumento no preço do petróleo, pois o Japão precisará substituir no curto prazo a perda da energia produzida pelas usinas nucleares. Além disso, outros países também poderão rever sua política quanto ao uso de energia nuclear.
No que se refere ao impacto financeiro, o relatório aponta que o Japão é um dos principais investidores no mercado do Leste Asiático. É o país com mais investimentos diretos na Tailândia, Filipinas e Coreia; e segundo ou terceiro na Malásia, Indonésia e Singapura. Porém, as consequências disso ainda não estão claras, mas é provável que o Japão direcione os investimentos no exterior para a reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto e tsunami.