Roppongi, as seis árvores da felicidade
Marcondes foi praticamente convocado pelos novos investidores, os empresários Tom Oliveira (que ainda responde pelo Nakombi), e Fabiano Guerra, com respeitável atuação junto à Embraer e, por conta disso, com vários anos de vivência na China, a recriar a atmosfera e o conceito do restaurante que marcou época e só fechou porque sua proposta talvez tenha sido muito avançada para aquele tempo. Hoje, com uma clientela mais bem informada, o novo Roppongi procura unir o gosto de um Japão contemporâneo com uma culinária globalizada flertando o asiático.
Para comandar a cozinha, os proprietários esperaram o contrato do chef Carlos Ohata com o Benihana completar, para chamá-lo em tempo integral. Ohata tem experiência no Japão, Estados Unidos, Portugal e, no Brasil, comandou o Nakombi, no Rio de Janeiro, e o Butoh, nos Jardins, em São Paulo. É com esta visão internacional que o chef Carlos Ohata elaborou um cardápio nada ortodoxo.
Assim, logo nas entradas é possível se deparar com a Nouveau Asian Cuisine & Grill, proposta da casa. Há os niponíssimos usuzukuri, como também um canapé de camarão e gergelim ao molho thai apimentado, ou então um pak choi, acelga chinesa, aqui preparada ao molho de gengibre, com massinhas crocantes de harumaki.
Há dois segmentos que merecem destaque, pois faz o Roppongi diferir dos demais japoneses. Na categoria Fusion, insumos como foie gras, trufas e alho negro comparecem para harmonizar-se com sushis e preparados de frutos do mar. O outro é dedicado a preparações latinas: são os tacos, tortillas e wraps, sem nenhuma ressonância com a culinária japonesa. Mas são opções diferenciadas que dão identidade à nova casa. Há também um segmento dedicado a pratos a vapor, que promete despertar muita curiosidade. São dumplings e pães chineses, com a leveza que a tradição secular desta preparação impõe.
Os sócios, Oliveira e Guerra, e mais o consultor Marcondes não conseguem esconder o entusiasmo desta empreitada, prometendo transformar o Roppongi numa referência não só gastronômica, mas também como polo cultural. “Pretendemos realizar muitos eventos aqui, como lançamento de livros e produtos”, antecipa Marcondes. A arquitetura, um misto de high tech com retrô anos 90 é divertida e acolhedora, e os monitores e telões que exibem comerciais da TV japonesa imprimem um divertido ambiente ao estilo “Blade Runner”.