Os enigmas do calendário japonês
Durante o período Edo da história do Japão (1603-1867), houve uma relevante expansão da economia e cultura do Japão, ainda que o país mantivesse políticas isolacionistas.
A arte e a ciência tornaram-se mais acessíveis à população. Entre eles, o calendário, outrora restrito à Família Imperial e à nobreza, passou a ser usado por mais pessoas; era item importante especialmente para agricultores e comerciantes.
Na época, o Japão seguia o calendário lunissolar, baseado no calendário chinês. De acordo com esse sistema, o ano solar acompanha os ciclos da Lua, fazendo com que sejam necessários ajustes periódicos. Assim, havia meses mais longos e mais curtos, cuja ordem variava a cada ano.
Meses ocultos
Havia um calendário especial para mostrar a sequência de determinado ano, chamado daisho reki. Em japonês, “dai” significa grande, e “sho”, pequeno; “reki” está relacionado a “história” ou “registro”
Em alguns modelos de daisho reki, a ordem dos meses é informada por meio de ilustrações, muitas vezes em tom de humor ou incorporando elementos do folclore japonês – alguns são verdadeiros enigmas.
Aspectos da figura podem dar pistas, como elementos contrastantes (claro e escuro, homem e mulher), ideogramas ocultos em roupas, o animal correspondente no horóscopo chinês e outros elementos.
O site da Biblioteca Nacional da Dieta do Japão conta com um grande acervo de daisho reki, inclusive com um desafio para o visitante identificar os meses – clique aqui para acessar.
[Resposta: A ordem dos meses deve ser seguida a partir do canto superior direito, acompanhando a ligação entre os leques. As figuras masculinas representam os meses longos, enquanto as femininas representam os meses curtos.]