No Japão, os hotéis costumam oferecer um duplo bufê no café-da-manhã: um com a opção continental(normalmente com pães e doces diversos, saladas, crepes, ovos mexidos ou omeletes, salsichas, cereais e café), e um outro com a opção wachôshoku – uma versão resumida de um café-da-manhã tipicamente japonês, composto por arroz, sopa missoshiru, legumes em conversa, peixe grelhado, nattô (soja fermentada) e omelete no estilo japonês (adocicada e temperada com dashi).
Mas se você quiser mesmo fazer uma imersão na Cultura Japonesa, profunda e inesquecível, não hesite: pernoite em uma ryokan, as hospedarias típicas japonesas. O serviço de refeição da manhã pode ser opcional, em muitos casos, e você escolhe na hora da reserva. Mas vale a pena experimentar. É um lauto banquete logo nas primeiras horas da manhã. Em muitos casos, é um ritual com uma sequência de mais de dez pratinhos.
Jojoscope visitou o Kamogawa-kan, na tradicional cidade de Kyoto, com uma bonita vista para o rio Kamo. Seu serviço matinal impressiona logo de cara pelo visual colorido. Apesar da fartura, tudo é muito leve, e, realmente, nada pesa no estômago. E vem sempre com um fogareiro shichirin para esquentar um tofu na própria mesa. É a porção lúdica da manhã, oriunda da cozinha vegetariana shojin, dos monges budistas. Aqui o registro fotográfico de duas refeições.
Em alguns ryokan, como o Bosui Ryokan, em Izu, a refeição da manhã já começa como uma experiência gastronômica. Lá, eles servem sashimi de peixe da estação, uma sopa encorpada com carcaça de caranguejo e um peixe inteiro grelhado e servido no shichirin (fogareiro)
Segundo Dia: uma omelete com tempero japonês. Ou seja, com caldo dashi, feito à base de extrato de lascas de peixe seco bonito e alga kombu, e com ervas japonesas. No prato azul claro, o trio de legumes curtidos. No box, nabo curtido, algas, fatias de chikuwa (massa de peixe muito parecido com o gefiltefish), raiz de lótus curtida no mirim, feijõezinhos doces e uma fatia de laranja mikan para refrescar. Saladinha com tempero japonês, com toques de yuzu, a fruta cítrica de fragrância marcante. No fogareiro, uma fatia generosa de tofu cremoso, cozido em folha de alga kombu. Arroz e alga nori sequinha (no envelope)
Primeiro dia: um ovo mexido com catchup, e no prato azul uma seleção de legumes curtidos. No box, feijãozinho temperado, legumes, uma lasquinha de peixe grelhado no molho tarê, fatias de raiz de lótus marinadas no mirim. Na tigela vermelha, um fabuloso missoshiru, encorpado, denso, próprio para os dias frios. E no réchaud verde, folhas de yuba, extraído do caldo do tofu, finíssimos, em sopa dashi
Jo TakahashiJo Takahashi foi consultor de arte e cultura na Japan Foundation, onde atuou por 25 anos como administrador cultural. Agora, migra essa experiência para a sua produtora independente, a Dô Cultural, que propõe um conceito design de formatar e desenvolver o projeto cultural.
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