Aso aconselha candidata francesa a ler mangá
Durante uma entrevista coletiva na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Japão Taro Aso deu um conselho inusitado à candidata socialista à presidência da França Ségolène Royal: conheça melhor os mangás.
A declaração do ministro foi em reação às críticas de Royal aos quadrinhos japoneses por serem pornográficos e violentos. “Acho que ela deveria ler um pouquinho mais de mangás”, disse Aso à imprensa.
A declaração da candidata ao governo francês foi expressa em um livro lançado em 1989, no qual criticava a sociedade japonesa por ser tolerante com a violência e a pornografia, segundo o jornal The Japan Times. Em dezembro último, ela também disse que os mangás contêm material sexista quando se encontrou com o presidente do Partido Social Democrata Mizuho Fukushima, em Paris.
Sobre as críticas, o ministro disse que o conteúdo das histórias são bem mais amplos do que ela pensa, citando os mangás para garotas.
Conhecido como um dos grandes defensores da cultura pop japonesa no governo, Taro Aso diz chegar a ler cerca de 10 histórias em quadrinhos por semana mesmo possuindo uma agenda lotada de compromissos oficiais.
Aso, porém, se recusou a comentar uma declaração do rival de Royal, o candidato conservador Nicolas Sarkozy. Em 2004, ele declarou à revista Paris Match que não gosta do sumô e ainda fez graça do tradicional esporte japonês, chamando-o de “batalha entre pessoas obesas com topetes alisados”. Sarkozy nega ter feito este comentário.
“Por que vocês estão tão preocupados se um francês faz esse tipo de declaração? Alguém de vocês (repórteres) faria melhores comentários sobre lutas de sumô que (Jacques) Chirac?”, pergunta Aso, lembrando das relações amigáveis com o presidente da França. “Se vocês querem alguém como ele para ser o próximo presidente francês, vocês estão querendo demais.”
Chirac é conhecido por ser um grande admirador da cultura japonesa e um entusiasta do sumô.