Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias
São Paulo – 23 e 24 de julho de 2018
Nos 110 anos da imigração japonesa, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza um seminário que apresenta análises de experiências de fabulação da cultura japonesa e o modo como alguns artistas e pesquisadores têm lidado com isso em seus processos de criação. Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias, que acontece nos dias 23 e 24 de julho, reúne nomes como Michiko Okano, Christine Greiner, Leticia Sekito, Gal Opido, entre outros. Na ocasião, acontecem os lançamento da versão em português do livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno, publicado pela editora n-1, e do livro “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX”, de Madalena Hashimoto Cordaro.
A proposta é, por um lado, escapar dos estereótipos que reduzem os processos de pesquisa aos habituais clichês – transitando entre samurais, gueixas, personagens de jogos, mangás e robôs de última geração. E, por outro, mergulhar em algumas dessas imagens, observando como se dá a percepção do outro aqui e lá, através de exemplos de performances, do cinema, que alimentam e, ao mesmo tempo, subvertem as regras do mercado global.
ProgramaçãoDia 23/7
- 14h: Quando a dança fabula as imagens do Japão…
Os coreógrafos Marcelo Evelin (Teresina), Alejandro Ahmed (Florianópolis) e Leticia Sekito (São Paulo) apresentam alguns dos seus processos de criação que fabularam imagens do Japão. No caso de Marcelo Evelin serão particularmente enfocados três experimentos: a Dança Doente, inspirada pelo livro Dançarina Doente do criador do butô Tatsumi Hijikata, Bombshell, solo para o ator onnagata Atsushi Heki, especialista em interpretar papéis femininos; e Todas as mulheres do mundo, solo para a dançarina Misako Terada que pensa sobre a condição das mulheres no Japão. O coreógrafo Alejandro Ahmed não se refere explicitamente às imagens do Japão ou à obra de um artista específico, no entanto, há no conjunto do repertório da Companhia Cena 11, uma série de referências e ignições relativas à cultura japonesa, especialmente a cultura pop de games, tokusatsu e robótica. Leticia Sekito lembrará da sua primeira coreografia de 2004, que faz referência à cultura japonesa e aos seus laços familiares. Trata-se da obra “Disseram que eu era japonesa…” concebida antes mesmo de Leticia ir ao Japão. Repensá-la hoje é um desafio que enfrenta outras imagens, outros corpos, outras fabulações do Japão.
- 17h15: Apontamentos sobre o livro Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado do filósofo Kuniichi Uno
Conferência, ilustrada por fotografias, notações coreográficas e fragmentos de filmes referentes ao livro do filósofo japonês Kuniichi Uno, traduzido para o português com o título “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado”. Esta obra tornou-se a principal referência acerca da pesquisa deste polêmico artista. Propõe uma ampliação dos debates em torno do butô, extrapolando a sua habitual definição como gênero de dança. Uno explicita as redes transculturais que constituíram a singularidade desta experiência, tendo como questão mais relevante a relação entre corpo e política, corpo e imagem, corpo e lugar.
- 18h: Lançamento da versão em português do livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno, publicado pela editora n-1.
Dia 24/07
- 14h: Artes visuais e o fetiche do Japão
As professoras Michiko Okano, Madalena Hashimoto Cordaro e o artista Gal Oppido falam sobre suas pesquisas e experiências. Michiko Okano apresentará a palestra “Expressões da arte nipo-brasileira”. As expressões de artistas nipo-brasileiros são diversas e as suas obras trazem distintas exteriorizações de identificações que ora se apresentam como brasileiras, ora como japonesas, ora como globais. Há uma dificuldade também em definir o que seja um artista nipo-brasileiro, visto que tal denominação compreende desde os imigrantes até os artistas descendentes de japoneses da segunda, terceira e quarta geração. Pretende-se, dentro dessa diversidade, refletir sobre as transposições ou não, das fronteiras entre a arte japonesa e a brasileira, com a geração de novas expressões e identificações nipo-brasileiras.
Madalena Hashimoto Cordaro discute as “Expressões do corpo erótico”. Os anos 1990 marcam o início de uma crescente produção de pesquisas e divulgação editorial de livros e álbuns de estampas xilográficas e rolos de pintura que representam o corpo erótico no Japão. Massivamente localizadas no período Edo (1603-1868), as expressões pictóricas lhes são anteriores, e continuam a ser produzidas em novas mídias, acompanhando novos ventos tecnológicos. Pretende-se refletir sobre a presença da estética das pinturas eróticas shunga ou de sua fundamentação em obras de alguns artistas brasileiros.
Gal Oppido apresenta “Shunga: Serenos e Ofegantes”. Trata-se de uma leitura a partir da fotografia e outros suportes sobre a representação de ritos sexuais através principalmente da impressão xilográfica japonesa entre os séculos XVII e XIX.
- 16h: Lançamento do livro “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX”, de Madalena Hashimoto Cordaro.
- 16h30: Imagens do Japão nas mídias e no cinema
A pesquisadora Regiane Ishii apresenta os modos como as imagens do Japão reverberam nas mídias e no cinema.
Tóquio no cinema contemporâneo
Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias
Quando: 23 e 24 de julho de 2018
Onde: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar. São Paulo-SP
Mais informações: centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/fabulacoes-do-japao-danca-artes-visuais-midias
Os coreógrafos Marcelo Evelin (Teresina), Alejandro Ahmed (Florianópolis) e Leticia Sekito (São Paulo) apresentam alguns dos seus processos de criação que fabularam imagens do Japão. No caso de Marcelo Evelin serão particularmente enfocados três experimentos: a Dança Doente, inspirada pelo livro Dançarina Doente do criador do butô Tatsumi Hijikata, Bombshell, solo para o ator onnagata Atsushi Heki, especialista em interpretar papéis femininos; e Todas as mulheres do mundo, solo para a dançarina Misako Terada que pensa sobre a condição das mulheres no Japão. O coreógrafo Alejandro Ahmed não se refere explicitamente às imagens do Japão ou à obra de um artista específico, no entanto, há no conjunto do repertório da Companhia Cena 11, uma série de referências e ignições relativas à cultura japonesa, especialmente a cultura pop de games, tokusatsu e robótica. Leticia Sekito lembrará da sua primeira coreografia de 2004, que faz referência à cultura japonesa e aos seus laços familiares. Trata-se da obra “Disseram que eu era japonesa…” concebida antes mesmo de Leticia ir ao Japão. Repensá-la hoje é um desafio que enfrenta outras imagens, outros corpos, outras fabulações do Japão.
Conferência, ilustrada por fotografias, notações coreográficas e fragmentos de filmes referentes ao livro do filósofo japonês Kuniichi Uno, traduzido para o português com o título “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado”. Esta obra tornou-se a principal referência acerca da pesquisa deste polêmico artista. Propõe uma ampliação dos debates em torno do butô, extrapolando a sua habitual definição como gênero de dança. Uno explicita as redes transculturais que constituíram a singularidade desta experiência, tendo como questão mais relevante a relação entre corpo e política, corpo e imagem, corpo e lugar.
As professoras Michiko Okano, Madalena Hashimoto Cordaro e o artista Gal Oppido falam sobre suas pesquisas e experiências. Michiko Okano apresentará a palestra “Expressões da arte nipo-brasileira”. As expressões de artistas nipo-brasileiros são diversas e as suas obras trazem distintas exteriorizações de identificações que ora se apresentam como brasileiras, ora como japonesas, ora como globais. Há uma dificuldade também em definir o que seja um artista nipo-brasileiro, visto que tal denominação compreende desde os imigrantes até os artistas descendentes de japoneses da segunda, terceira e quarta geração. Pretende-se, dentro dessa diversidade, refletir sobre as transposições ou não, das fronteiras entre a arte japonesa e a brasileira, com a geração de novas expressões e identificações nipo-brasileiras.
Madalena Hashimoto Cordaro discute as “Expressões do corpo erótico”. Os anos 1990 marcam o início de uma crescente produção de pesquisas e divulgação editorial de livros e álbuns de estampas xilográficas e rolos de pintura que representam o corpo erótico no Japão. Massivamente localizadas no período Edo (1603-1868), as expressões pictóricas lhes são anteriores, e continuam a ser produzidas em novas mídias, acompanhando novos ventos tecnológicos. Pretende-se refletir sobre a presença da estética das pinturas eróticas shunga ou de sua fundamentação em obras de alguns artistas brasileiros.
Gal Oppido apresenta “Shunga: Serenos e Ofegantes”. Trata-se de uma leitura a partir da fotografia e outros suportes sobre a representação de ritos sexuais através principalmente da impressão xilográfica japonesa entre os séculos XVII e XIX.
A pesquisadora Regiane Ishii apresenta os modos como as imagens do Japão reverberam nas mídias e no cinema.
Tóquio no cinema contemporâneo
Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias
Quando: 23 e 24 de julho de 2018
Onde: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar. São Paulo-SP
Mais informações: centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/fabulacoes-do-japao-danca-artes-visuais-midias