6 reflexões importantes para brasileiros que vivem no Japão
A primeira edição do evento Summit Japan – BR – “Compartilhando Conhecimentos” aconteceu no dia 7 de abril de 2024, na cidade de Chiryu, em Aichi, no Japão e levantou uma série de temas com reflexões sobre a vida no Japão. O evento contou com ciclo de palestras sobre desenvolvimento pessoal e profissional e reuniu profissionais e especialistas sobre a vivência dos brasileiros no país.
Além de palestras com especialistas residentes do país, o encontro teve a participação da atriz, diretora, dubladora e palestrante Danni Suzuki, que ministrou um workshop especial sobre técnicas de oratória e postura diante de câmeras e público. No Japão pela terceira vez, a atriz apresentou sua palestra de sucesso “O Futuro é Humano” para a comunidade nipo-brasileira.
Com temas variados, o Summit pôde ressignificar a vivência dos brasileiros no Japão; fez o público refletir sobre assuntos que por muitas vezes podem passar batido no cotidiano e deu voz para uma nova geração. A seguir, um resumo dos aprendizados obtidos durante o Summit Japan – BR “Compartilhando Conhecimentos”:
1. Sonho possível
O empresário Ed Suguimoto, da Ideabox IT, vem da quarta geração nipônica e nem por isso desanimou do sonho de morar no Japão. Morando no país há mais de quatro anos, o especialista autodidata em T.I, relembra o processo árduo e sente-se orgulhoso por cada obstáculo. A princípio sem saber falar o japonês, Suguimoto começou a estudar a língua sozinho. Conseguiu conciliar a rotina da fábrica para investir em seus estudos e com mérito obteve seu primeiro certificado oficial do nivelamento da língua. O programador refletiu sobre sua própria experiência quando trabalhava pesadamente na fábrica em busca de um salário alto. “O dinheiro, você tem, mas pode perder; o conhecimento é algo que ninguém pode tirar de você.”, conclui.
2. Sofrer bullying não é mimimi
A palestrante mais jovem da noite, Gabriella Martins Neo (13 anos), emocionou e fez o público adulto refletir seriamente sobre o bullying que as crianças podem estar passando nas escolas ou os maus-tratos no dia a dia nas fábricas. Contando um caso em sua escola, em que sua amiga cogitou suicídio pelo que estava enfrentando, Gabriella reforçou a importância da empatia, solidariedade e respeito. “Então, você já sentiu medo do seu futuro? Se não pararmos com isso, vamos viver em um ciclo vicioso, fazendo com que as pessoas cresçam inseguras.”
3. Não temer a rejeição de sua história
A empresária de beleza, Priscilla Kajihara, atualmente é uma das mais renomadas especialistas da área no Japão. A profissional abordou em sua palestra a importância do poder feminino, como venceu o medo da rejeição após descobrir um câncer gravíssimo e o principal: como conseguiu sair da rotina de fábrica e se redescobrir como mulher, sem autojulgamento e com coragem para compartilhar sua história inspirando outras mulheres.
4. A fábrica não pode ser seu único objetivo
“Trabalhar em fábrica não é sinônimo de vergonha” inicia Mari Minatti, professora e diretora da Trend Language School, “mas não deixe que isso seja o seu único objetivo.”, conclui. Em sua palestra, Minatti incentivou a comunidade a lutar pelos seus objetivos, a importância de uma segunda língua e de uma certificação profissional. Vir ao Japão com alusão ao dinheiro não deve ser prioridade.
5. A comunidade brasileira precisa se unir
O sociólogo e jornalista, Angelo Ishi, reforçou a importância da união brasileira e em como isso se tornou positivo no Japão nos últimos 30 anos. Em seu discurso, Ishi deu destaque a união da comunidade brasileira no terremoto de 2011. Os brasileiros foram os que mais se solidarizaram com os japoneses e trabalharam para levantar doações e mantimentos. O professor também é consultor do governo japonês em relação às comunidades estrangeiras no país.
6. Valorização do estado “offline”
Em sua palestra “O Futuro é Humano”, Danni Suzuki apresenta aspectos baseados em pesquisas científicas do que é preciso fazer para que as pessoas consigam manter a sua humanidade. A atriz ressalta a valorização da identidade diante do uso excessivo das tecnologias. A palestrante apontou cinco importantes aspectos: identidade, comunicação humanizada, sintonia, coletividade e servir. “A grande oportunidade da vida é servir, aprender a amar incondicionalmente o outro. O propósito da vida está além. É viver pelo outro. Esse propósito é o mesmo para qualquer pessoa”, disse.
Texto por Gienyfer Sayuri