Clube de leitura Japan House São Paulo sobre a obra de Yoko Ogawa

A edição de agosto do Clube de Leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um contará com uma participante bastante especial: a radialista e jornalista Roberta Martinelli. Na última quinta-feira do mês, 31 de agosto, às 19h, a convidada conversará sobre a obra “A Piscina; Diário de Gravidez; Dormitório: três novelas” com os mediadores Paulo Werneck, diretor de redação da Quatro Cinco Um da revista Quatro Cinco Um, e Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da JHSP.

Roberta, que estreou recentemente o podcast sobre literatura Clube do Livro Eldorado, comenta o convite para integrar o debate. “Muito feliz de estar nesse clube do livro para discutirmos o livro de Yoko Ogawa. É sempre uma oportunidade de troca muito rica e que às vezes é capaz de mudar o sentido da leitura”, afirma a radialista.

O compilado de três novelas do volume de Yoko Ogawa, traduzido por Eunice Suenaga, aborda temas fundamentais para a autora: memória e ausência. As histórias e as personagens exploram a fragilidade das memórias, incertezas e ambiguidades. A obra da premiada escritora japonesa é um convite para uma jornada literária intrigante e reflexiva.

“A piscina” mostra a trajetória da jovem Aya, que precisa lidar com o amadurecimento que a deixa entre a lembrança de um passado mais simples, que fica para trás, e o vislumbre de um futuro complexo, difícil e sofrido. Amadurecer será para ela conciliar os novos sentimentos e uma época em que “não conhecia a tristeza nem a dor no coração”.

Em “Diário de gravidez”, o diário da irmã da grávida, Yoko Ogawa usa a força da sugestão para gerar algo que a um só tempo existe e não existe — uma versão literária do gato de Schrödinger. Várias entradas do diário descrevem uma gravidez que parece um delírio. Mas, se é mesmo o caso, quem será que delira: a narradora, a irmã ou os leitores? “Diário de gravidez”, “A fórmula preferida do Professor”, “O enterro de Brahman” e “A marcha de Mina” garantiram para a escritora todos os prêmios referenciais do meio literário japonês.

A trilogia de Ogawa termina em “Dormitório”, que narra a volta da personagem ao dormitório universitário em que viveu durante os tempos de estudante, nos arredores de Tóquio. O local, administrado por um estranho professor, aos poucos se deteriora e deixa de ser como a mulher recorda. Seu retorno é como o de alguém que vai à periferia de uma mente e lá encontra memórias que aos poucos desaparecem ou se transformam.

Yoko Ogawa vive atualmente em Ashiya, Hyogo, nas proximidades de Kyoto, mas nasceu em 1962 em Okayama, no Japão. A vocação de leitora da autora foi despertada precocemente por clássicos infantis, graças a um sistema de assinatura de livros de que a família dispunha. A escritora gosta de citar “O diário de Anne Frank” como uma referência decisiva para perceber a escrita como via possível e necessária de autoexpressão.

Sobre o Clube de leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um

Com um caráter informal, o Clube de leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um, conta sempre com a presença de um leitor convidado e já recebeu grandes profissionais da tradução japonesa no Brasil, autores brasileiros contemporâneos, editores, críticos, jornalistas e personalidades da cultura.

Organizado pela Japan House São Paulo e Quatro Cinco Um, o projeto gratuito e aberto para todos os públicos, põe a literatura japonesa em diálogo com grandes tradições literárias internacionais. Seu objetivo é promover uma discussão de alto nível, realizada a partir das chaves de leitura apresentadas pelos convidados e da experiência compartilhada pelos participantes. A mediação e curadoria é diretor de redação da Quatro Cinco Um, Paulo Werneck, com representantes da instituição parceira.