Entrevista: J-Rox
A banda J-Rox começou em meados de 2014 e junto a produtora Colormark Music já realizou gravações de um álbum e dois videosclipes no Japão. Depois de subirem em palcos de lá e de eventos da cultura japonesa no Brasil, agora eles se preparam para subir no palco da Editora JBC durante a Comic Con Experience 2016 (saiba mais neste link).
Em entrevista à Made in Japan, Jurox, Gui, Rick e Kiyo contam como tudo começou individualmente e em grupo. Também falam sobre a composição das músicas, a preparação pré-palco e o desenvolvimento rápido da banda.
Leia a entrevista completa
Como começou o amor pela música?
JuRox – Minha relação com a música começou bem cedo. Tive a sorte de conhecer um professor que era multi-instrumentista. Comecei tocando teclado, passei para o piano e o canto veio depois. O bom é que, sabendo tocar piano, tenho uma certa independência. Toda vez que quiser fazer algo, é só fazer.
Rick – Meus pais sempre gostaram de rock clássico, por isso, cresci ouvindo junto. Aos 14 anos, aprendi a tocar baixo e hoje sou baterista. A vontade de querer ser músico e viver essa vida de artista surgiu quando comecei a frequentar shows. A música é como uma droga: uma vez que você teve um contato bem profundo com ela, você não solta mais. É uma forma de acalmar, uma válvula de escape. Mesmo que no mundo da música tenha muito estresse, eu não consigo viver sem.
Gui – Quando eu tinha 7 anos, via meu vizinho tocar bateria todo fim de semana e aquilo despertou meu interesse pela música. Alguns anos depois, uns amigos montaram uma banda e acabei aprendendo guitarra para participar também. Depois que subi no palco pela primeira vez, entendi que era isso que eu queria.
Kiyo – Quando conheci Guitar Hero (risos). Na verdade, foi quando comecei a ouvir bandas de rock. Minhas principais influências são Scorpions, Metallica e Mamonas Assassinas, tudo desde a infância. Fui pra escola de música e estou até hoje.
De onde vem a inspiração para a criação das músicas?
Gui – Eu me inspiro em diferentes momentos, de felicidade ou tristeza. Transformo tudo em inspiração para escrever uma melodia ou uma letra.
Como é transformar tudo isso em uma canção que não está na sua língua de origem?
É difícil. Mas é porque é difícil que eu gosto. Eu tenho muito mais contato com a música japonesa e, a paixão pela forma como eles escrevem as letras e como eles demonstram isso é o que me faz escrever em japonês. É bastante divertido.
Quanto aos covers, quem cuida da seleção de músicas?
Rick: Todos palpitam e entramos num consenso. Cada um tem uma essência, uma escola diferente. A Ju vem mais do pop, eu venho mais do metal. Então, juntamos tudo e entramos num consenso para ver o que tem a cara da J-Rox ou o que podemos deixar com a cara da banda. Nosso último cover foi do One Ok [One Ok Rock] que é uma influência gigantesca para a J-Rox. Tocamos covers porque as músicas mais conhecidas atraem o público, mas também incluímos nossas músicas nas apresentação até que chegue o ponto em que possamos tocar só nossas músicas.
E quais covers vocês mais gostam de apresentar?
Rick: Gosto de One Ok porque é o que mais tem a cara da banda. E, claro, tem as músicas de anime também.
JuRox: Eu curto bastante o One Ok porque o vocal do Taka é um desafio. É um estilo que dá gosto de cantar e tem uma energia muito grande. Também gosto de Paramore.
Gui: Também gostos dessas duas bandas porque de vez em quando tenho que tocar as duas guitarras ao mesmo tempo (melodias), principalmente nos covers de Paramore.
Como foi o primeiro contato com a produtora?
Gui: Minha irmã entrou em contato com o produtor Robert Regonati, marcamos uma reunião e mostrei algumas músicas para ele. Ele sugeriu que esquecêssemos tudo e que eu refizesse algo mais moderno. Nós, da antiga formação, tínhamos decido esperar um pouco, principalmente por questões financeiras, mas minha mãe decidiu que deveríamos aproveitar a chance e bateu o pé. Tínhamos poucos meses para preparar quatro músicas inéditas para gravar no estúdio do Japão. Além disso, tínhamos o desafio de achar uma vocalista. Foi tudo de repente.
JuRox: Foi até meio turbulento (risos). Eu faço até piada com eles de que tenho que tomar cuidado com pessoas estranhas que me adicionam (nas redes sociais), porque da última vez fui parar no Japão. Eu sempre falo que foi uma decisão super rápida, mas agradeço por ter topado. Foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida.
Gui: Ela diz isso porque mandei a mensagem de convite às 3 da manhã. No dia seguinte ela já tinha aceitado e depois de duas semanas tínhamos comprado passagem! Gravamos as músicas e depois começamos a nos apresentar nos palcos.
Como tem sido a passagem do estúdio para os palcos?Gui: Foi divertido, porque até então a banda não tinha uma forma própria. Conforme nos apresentamos, pegamos novas ideias, escutamos as opiniões e, aos poucos, vamos moldando e dando forma à J-Rox. Esse processo é muito mais divertido do que simplesmente reproduzir algo pronto.
JuRox: Nossa banda tem muito disso, de nos transformar como banda e como pessoa. Tudo foi se concretizando muito rápido e a gente vai crescendo junto. Tirando o Rick que já tem experiência com música, dá pra perceber que, da primeira vez que subimos no palco até agora, crescemos em conjunto e essa é uma das partes mais mágicas.
Gui: Esse foi justamente o tema do álbum. Na capa tem um rosto que está se desfazendo e se tornando o nome do álbum, e isso representa a transformação da banda.
Rick, como foi a sua chegada à banda?
Rick: Eu entrei como free (freelancer). A banda tinha voltado do Japão e estava se preparando para alguns shows, mas não tinha baterista. Vi um anúncio na internet, entrei em contato e fizemos uns quatro shows até que entrei oficialmente para a banda.
JuRox: O Rick é incrível. Ele na bateria é sensacional. No período de testes, não senti firmeza em nenhum baterista até que o Rick apareceu.
Gui: Decidimos a nova formação quando estávamos para ir ao Japão pela segunda vez.
Vocês têm um figurino especial para o palco?Gui: Eu separo. Tenho separado o figurino, minhas roupas de sair e as roupas do dia a dia.
JuRox: No meu armário tem bastante coisa que eu compro especialmente para palco. Acaba tendo uma coisa ou outra do dia a dia que eu uso, mas é muito raro. Querendo ou não, tem uma energia muito diferente.
Rick: O meu acaba sendo diferente, até mesmo pelo que faço na banda. Quanto mais leve for a roupa, melhor.
Existe algum plano ou projeto de incluir mais um integrante como vocal ou trabalhar um dueto?
JuRox: Os meninos fazem mais o back mesmo.
Rick: Talvez uma participação especial aqui ou ali, mas a formação está boa assim.
O que mais impressionou vocês no Japão?
JuRox: Eu fico chocada com as coisas funcionando. Pontualidade, respeito, segurança são coisas que tentamos fazer dar certo no Brasil e lá já é comum. É um sistema que funciona.
Rick: Musicalmente também senti muita diferença. Nos apresentamos em uma casa de shows pequena, mas nos sentimos como artistas mesmo. Toda a estrutura e o suporte aos músicos e a atenção que os funcionários do local dão à banda são completamente diferentes do que encontramos no Brasil.
JuRox: É uma atenção completamente diferente que eles dão, a experiência de gravar lá foi muito boa.
Gui: Tudo! Tinha muita coisa engraçada e muita coisa chocante. Fiquei impressionado com a segurança, a pontualidade e a comida barata.
Kiyo: Tudo me impressionou bastante, o respeito, a segurança e a pontualidade. Sinto que não me daria muito bem lá com a pontualidade (risos).
Por quais locais vocês passaram por lá?
JuRox: As gravações aconteceram em Kanazawa e em Komatsu, ambas na província de Ishikawa. Dessa última vez ficamos “no meio das montanhas”. Era um ambiente bem interessante: de um lado tinha uma lojinha com algumas máquinas de bebidas e do outro lado tinha um túnel, um cemitério e uma pequena vila.
JuRox: Depois das gravações cada um foi passear em um lado. Eu fui para Toyota e Tokyo, o Rick e o Kiyo, para Nagoya e o Gui, para Yokohama.
Quais são os planos de 2017?
Rick: Só neste ano conquistamos várias vitórias, desde a gravação do disco, os shows fora de São Paulo e agora a Comic Con. Mas, não podemos parar. Estamos trabalhando em músicas novas, ensaiando e uma já está quase pronta.
Gui: Para o ano que vem, estamos com um projeto de talvez levar alguém conosco para o Japão e acompanhar nossas próximas gravações. No momento, é o que podemos falar.
Como está a preparação para a CCXP?
Kiyo: Muito ensaio! Sem contar com a preparação psicológica também.
Rick: Por mais que já tenhamos tocado em outros lugares, sempre dá um frio na barriga, não adianta.
JuRox: Ainda mais um palco na Comic Con. Dá mais nervosismo ainda.
Gui: Estamos preparando um repertório bem especial e diferente. Como o evento é bem amplo, estamos levando muita coisa de influências americanas além das japonesas. Vai ser Épico!
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