Novos sabores importados do Japão
No dia 5 de março, o chef Shin proferiu uma palestra na sede da Jetro, em Tóquio, para uma plateia formada por empresários do ramo alimentício, desejosos em conhecer o mercado brasileiro e seu potencial de aceitação dos produtos japoneses.
O chef Shin fez um diagnóstico das preferências de sabor dos brasileiros com relação à culinária japonesa, dividindo a palestra nos seguintes tópicos:
- Restaurantes japoneses em São Paulo: transformações e escala de mercado
- A presença da culinária japonesa na comunidade japonesa e na sociedade brasileira
- Radiografia dos restaurantes japoneses
- Obtenção de ingredientes para a culinária japonesa
- Importação de produtos alimentícios: saquês, temperos e produtos industrializados
– produtos brasileiros e peixe
– legumes, frutas e carnes
– chá
– arroz
– produtos instantâneos
– produtos desidratados
– utensílios e aparelhos de cozinha
Com relação ao arroz, o chef Shin destacou que a maioria dos bons restaurantes japoneses no Brasil utiliza o arroz importado dos Estados Unidos (arroz califórnia) ou do Uruguai, que tem oferecido uma boa safra de nihon-mai, o arroz japonês. Destacou a ausência de produtos desidratados nacionais e de bons produtos instantâneos, com exceção do macarrão, apesar da demanda cada vez mais crescente por produtos semi prontos para uso doméstico.
Segundo Tetsuya Inoue, diretor vice-presidente da Jetro de São Paulo, que acompanhou a viagem, a plateia se mostrou extremamente interessada, levantando muitas questões e solicitando dados complementares ao chef Shin Koike, um demonstrativo de interesse dos produtores japoneses pelo mercado brasileiro.
A Jetro, com esta viagem, visa a promover a importação de produtos marinhos japoneses no Brasil. Há um mercado crescente para isso, mas há também barreiras de alfândega e a burocracia, que atrasam a importação, prejudicando o prazo de validade dos produtos. O chef Shin solicitou aos produtores japoneses empenho para oferecer produtos de valores mais baixos para amortizar o impacto dos altos impostos brasileiros, que em alguns casos chega a quintuplicar o preço final ao consumidor.O chef Shin ressaltou a mudança de perfil do consumidor brasileiro, mais exigente com relação aos produtos oferecidos pelos restaurantes. O público brasileiro já pede shoyu de qualidade, o shoyu importado, nos bons restaurantes. O mesmo tem acontecido com o saquê. É uma tendência exuberante, que se alinha à elevação da qualidade da gastronomia japonesa praticada no Brasil.
Além disso, no Brasil, a gastronomia japonesa está se consolidando como uma culinária de celebração. Isso se torna evidente nos restaurantes em datas festivas, como no dia dos pais ou das mães e aniversários, quando a maioria opta por uma boa comida japonesa. Daí, a importância em oferecer produtos de ótima qualidade e com novidades que o mercado brasileiro ainda desconhece.