Soldado japonês que demorou 29 anos para reconhecer derrota da 2ª Guerra morre aos 91
Onoda ainda tinha uniforme e armas em boas condições quando se rendeu, em 1974O soldado japonês Hiroo Onoda, que viveu por 29 anos escondido em uma floresta das Filipinas após o fim da Segunda Guerra Mundial, faleceu no dia 16 de janeiro, aos 91 anos. Onoda estava internado há dez dias, com pneumonia, em um hospital de Tóquio.
Em 1944, o soldado foi enviado como oficial de inteligência para a ilha de Lubang, nas Filipinas, com a missão de se manter escondido para espionar os inimigos americanos. Sem acreditar que a guerra tinha acabado, Onoda continuou vivendo escondido na ilha com mais três soldados. Um deles decidiu se render e outros dois morreram em combates contra os habitantes da ilha.
Em 1960, Onoda foi dado como morto, mas 14 anos depois foi encontrado por um jornalista japonês. Na época, não quis entregar suas armas e só se rendeu depois que seu comandante foi pessoalmente à ilha para dar as ordens oficiais.
Depois de se render, seguiu os passos de seu irmão mais velho e “se refugiou no Brasil porque muitos conterrâneos na época o consideraram maluco”, escreve Marcelo Bortoloti em reportagem publicada na Veja, em fevereiro de 2007. Viveu no Mato Grosso do Sul, onde se tornou pecuarista, mas retornou ao Japão para ensinar às crianças como se tornar forte para superar as dificuldades. Abriu uma escola em Yamanashi e depois um acampamento em Fukushima.
Para contar suas experiências, chegou a escrever livros sobre como sobreviveu, um deles publicado no Brasil com o título “Os Trinta Anos de Minha Guerra”. O seu livro mais recente foi publicado em outubro de 2013 com o título “Ikiru” (Viver).
Hiroo Onoda se mudou para o Brasil depois de se render
Fonte: Asahi Shimbun
