A cor vermelha na cultura japonesa
Estátua de Jizo com acessórios vermelhos
A cor vermelha tem grande presença na cultura tradicional japonesa, desde a antiguidade até hoje.
Para começar, a referência mais imediata é a própria bandeira do país, chamada Hinomaru. O círculo vermelho representa o Sol. Ainda, a combinação de vermelho e branco é tida como de boa sorte.
Muito antes – aproximadamente século 6 – o vermelho já representava muito no cotidiano dos japoneses. A cor era fortemente relacionada a doenças. Porém, com o tempo, passou a ser associada exatamente como proteção contra doenças e maus espíritos.
A crença estava especialmente relacionada à proteção das crianças. Aliás, “akachan” (palavra japonesa para “bebê”) é formada pelo ideograma da cor vermelha (“akai”).
No Japão, são comuns estátuas de Jizo Bosatsu cobertas com gorros, casacos ou cachecois vermelhos. Jizo é uma uma divindade budista, protetor das gestantes, recém-nascidos, crianças e também dos abortados.
Construções religiosas, tanto budistas como xintoístas, não raramente utilizam o vermelho. Por exemplo, o torii (portal), quando de madeira, é pintado de vermelho, como sinal de proteção.
Talvez por isso, os personagens principais de muitos desenhos animados e seriados usam roupas ou robôs vermelhos, assim como a maioria dos logotipos de empresas japonesas.
No folclore japonês, figuras como o tengu e o Daruma também geralmente são vermelhos.
Atualmente, os japoneses usam muito o inkan, carimbo com o ideograma da família, que funciona como a assinatura em documentos. Tradicionalmente, utiliza-se uma almofada com tinta vermelha. Sistema semelhante é usado na China.
Já na cultura coreana, não se escreve o nome de uma pessoa viva em vermelho, pois a cor é usada para escrever o nome dos falecidos.
Nem tudo é tão diferente do Ocidente: a palavra japonesa para “déficit” utiliza o ideograma de vermelho.