Tsubasa, música do Japão para o Brasil
Tsubasa nasceu em 1984 em Kanazawa, capital da província de Ishikawa, Japão. Desde criança, tem contato com artes: música, canto, pintura e trabalhos manuais. Tsubasa também se interessa por carpintaria, fotografia e em kaga yuzen, técnica tradicional japonesa de tingir tecidos.
Aos 11 anos, ganhou uma guitarra do pai. No colegial, formou uma banda com amigos, fazendo shows e participando de concursos nacionais. Mais tarde, saiu da banda e começou a desenvolver seu próprio estilo.
No Japão, empresa lança sake ‘Tsubasa’ para jovens
Diferente do Brasil e dos Estados Unidos, no Japão, o consumo de sake entre os jovens está diminuindo. Para renovar o público e manter a tradição, a Sawada, fabricante de sake da província de Ishikawa, associou à sua marca a imagem da cantora e compositora Tsubasa, que é jovem, com um público jovem.
O sake “Tsubasa” é do tipo daiginjo – leve, aromático e feito com grãos de arroz extrapolidos – e está à venda, por enquanto, apenas no Japão.
Leia, a seguir, a entrevista exclusiva com a cantora Tsubasa.
Como foi seu início na música?
Comecei a compor no último ano do ensino médio. Comecei a compor porque tinha dificuldade em dizer o que penso e o que sinto. Então coloquei tudo isso nas músicas.
Inicialmente, tentei compor no piano, mas como não tocava tão bem, parti para o violão. Na verdade, quando comecei a compor, não gostava de violão. Achava que faltava alguma coisa, tocando apenas com essa base acústica. Depois, descobri que, cantando e tocando violão, conseguia me expressar melhor.
Em relação à música internacional, quais você gosta de ouvir?
Gosto de músicas da Europa, especialmente da França. Tenho no iPod várias músicas europeias. Mesmo não entendendo a letra, me sinto bem ouvindo a melodia.
Eu não conhecia muito a música brasileira, mas depois que Robert [Regonati, produtor musical brasileiro] passou a produzir minhas músicas, tive mais contato. Gosto da cantora Maria Rita.
Gosto muito da melodia da música brasileira. Por exemplo, não conhecia muito a música brasileira quando compus “Hadashi no Shoujo”, que tem uma batida de bossa nova.
Há casos em que bandas ou cantores brasileiros fazem sucesso no Japão, mas não no Brasil.
Penso que isso é legal e interessante. Não é porque você é brasileiro que fará uma música que os brasileiros gostem. De repente, seria mais interessante lançar no mercado japonês que no brasileiro.
E sobre artistas japoneses que tentaram carreira no Ocidente?
É um assunto muito delicado, pois entrar em paradas como a Billboard não significa que seja bom ou mau músico. Envolve dinheiro, empresário, marketing… E essas coisas deveriam ficar de lado.
Não importa a quantidade de pessoas. Para você sair da Ásia e tocar no Brasil ou nos EUA, mesmo que seja para uma pessoa – que vai esperar você voltar no ano que vem, que lê o seu site – já valeu a pena.
Cantora se apresentou no festival Tanabata em 2010
Recentemente, muitos cantores japoneses de músicas de anime têm feito shows no Brasil.
Eu ficaria muito satisfeita se a música japonesa se popularizasse no Brasil por esse mercado.
Você tem planos de investir nesse mercado?
No Anime BH [que aconteceu em 21 e 22 de maio], foi a primeira vez em cantei músicas de anime. Como preparação, fui a eventos relacionados a anime no Japão. É interessante, pois no ranking japonês, as músicas de anime estão em uma lista separada. Os fãs são muito fieis. Estou pesquisando sobre o assunto. Quem sabe, entrarei nesse ramo com meu estilo.
Esta é a sua terceira visita ao Brasil. Sua impressão sobre o país mudou?
Antes de vir ao Brasil, pesquisei na internet, mas só encontrei páginas em português. Cada vez que venho, conheço mais pessoas e lugares. É muito legal a cultura japonesa sendo divulgada no Brasil. As mulheres brasileiras têm uma personalidade forte; os homens são mais calmos e cavalheiros. As frutas e verduras são muito gostosas! [Tsubasa é vegetariana.]
Você parece ser uma pessoa bem atenciosa. Em várias respostas, mencionou que pesquisou antes sobre o assunto.
[Risos] Gosto de pesquisar e estudar sobre as coisas que faço para não perder o foco.