O primeiro ministro é pop
Taro Aso, designado segunda-feira 22 como próximo primeiro-ministro do Japão, é um personagem atípico, que foge do estereótipo do político japonês certinho.
Ex-atirador olímpico (competiu na olimpíada de verão de Montreal em 1976), apaixonado por mangás. Há alguns anos foi surpreendido por uma câmera de vigilânica num aeroporto lendo com avidez o mangá Rozen Maiden (o que lhe rendeu o apelido na imprensa de “Rozen Aso”) e acabou revelando ser um otaku de carteirinha. Em uma entrevista de 2003, Aso confessou que lia de 10 a 20 mangás por semana.
Outra boa demonstração de seu interesse foi a criação do Prêmio Internacional do Mangá na época em que ele foi ministro das relações exteriores. Ele chegou até mesmo a fazer campanha da iniciativa em Akihabara, templo do mundo dos gadgets de alta tecnologia e amantes de mangá e anime.
Na mesma época, elogiou a revista Made in Japan da editora JBC em uma visita ao Brasil por divulgar a cultura pop japonesa, como o cosplay e o mangá. “Tudo o que está na moda no Japão pode ser visto na revista Made in Japan”, disse durante uma entrevista.
Ele é favorável a uma maior abertura à imigração e elogiou a colaboração dos dekasseguis ao Japão em diversas ocasiões. Em sua viagem ao Brasil em agosto de 2007 disse: “Os dekasseguis são tão esforçados quanto os imigrantes japoneses que vieram ao Brasil. Assim como eles, os dekasseguis foram ao Japão para lutar e prosperar. Vejo com bons olhos a contribuição que dekasseguis estão dando ao Japão”.