Japão inicia a privatização dos correios
Após anos de intenso de acalorado debate e revoltas políticas, o Japão finalmente iniciou o processo de privatização dos correios, nesta segunda-feira.
No primeiro passo dado em 10 anos, a empresa estatal Japan Post será reorganizada em quatro companhias de negócios sob uma holding (empresa administradora de um grupo). Elas proverão os serviços bancários, seguros, entrega de correspondência e o mercado de ações.
Porém, o governo continuará tendo influência na nova empresa, já que ele será dono de 100% das ações da holding, o que significa que as quatro companhias estarão indiretamente subordinadas ao Estado.
Esse fato está causando preocupações entre as companhias privadas, que defendem a desvinculação completa do governo na empresa. Eles argumentam que a nova companhia exerce na verdade um negócio com “segurança estatal”.
A privatização será uma das maiores do tipo na história do Japão. Os correios possuem cerca de 24 mil estabelecimentos em todo o país e aproximadamente 240 mil funcionários.
Segundo os defensores da desestatização dos correios, a nova empresa poderá oferecer um “serviço universal” da Japan Post em todo o país, mesmo com a necessidade de busca de lucratividade e competição do setor privado.
A nova cara dos correios já está provocando mudanças no setor privado. Três bancos regionais (Bank of Yokohama, Chiba Bank e Tokyo Tomin Bank) anunciaram a integração parcial de seus caixas eletrônicos para concorrer com o novo serviço bancário da Japan Post.
Assim, entre as 8h45 e 18h, qualquer cliente desses bancos poderá usar o caixa eletrônico de outra instituição sem a necessidade de pagar 105 ienes de taxa. Além disso, o custo de operação será reduzido nos outros horários.