Japão tem festa o ano todo
De norte a sul, em todas as épocas do ano, a festa rola solta nas ruas. Não estamos falando do Brasil, país do carnaval e das micaretas, e sim do Japão e sua peculiar forma de expressão popular: os matsuris.
Esses grandes festivais de fazem a alegria dos japoneses, agitam e atraem multidões. E tudo é motivo para comemoração: o dia dos meninos, das meninas, as estrelas, a colheita e até mesmo um pênis gigante. Como assim?
Trata-se do Festival da Fertilidade, um dos matsuris mais exóticos em que a grande estrela é um pênis gigante de madeira com dois metros e pesando 400 quilos. O ritual pede que as mulheres toquem no objeto. À primeira vista, pode parecer algo obsceno, vulgar ou impróprio. Engano. O objetivo de pegar no dito cujo é pedir por uma boa gravidez e saúde, sorte e prosperidade para os filhos. É uma festa religiosa de quase 2 mil anos do templo xintoísta Tagata, em Komaki, província de Aichi.
Outros matsuris famosos, e mais normais, são o dia das Meninas (hinamatsuri), em 3 de março, e o dos Meninos (kodomo no hi), em 5 de maio. Elas ganham bonecas sofisticadas que podem custar até 3 mil dólares, enquanto eles comemoram a data hasteando um mastro de bambu enfeitado com uma carpa colorida de tecido ou papel. Os dois rituais servem para pedir saúde para os filhos.
Em agosto, a principal festa é o Nebuta Matsuri, que conta com desfile, carros alegóricos, foliões e grupos com dança, música e vestimenta próprias. Com todos esses itens, o Nebuta Matsuri é comparado, com muito gosto, à festa brasileira. Tanto que os participantes resolveram batizar de “samba japonês” o Awaodori, dança típica que permite a liberdade de expressão. Diferente dos trajes sumários do carnaval brasileiro, a comissão de frente é composta por senhoras vestidas com yukata, o quimono de verão.
Outro festival famoso é o das estrelas, o Tanabata Matsuri. Em Hiratsuka, província de Kanagawa, ele reúne 3 milhões de pessoas. Há também uma versão brasileira do Tanabata, realizada no bairro da Liberdade.
Os grandes festivais já se tornaram atrações turísticas. Mas o mais legal é participar do matsuri no próprio bairro. Afinal é uma excelente oportunidade para conhecer os vizinhos que estão em um momento de total descontração.
Na hora de carregar o mikoshi (altar) pelas ruas, muitos usam apenas um happi e um fundoshi, deixando o bumbum à mostra. Depois da procissão, os participantes costumam beber generosas doses de saquê para confraternizar.