Ministro da defesa se demite após gafe
O ministro da Defesa do Japão se demitiu do cargo nesta terça-feira após comentários feitos no fim de semana que classificavam o uso de bombas atômicas pelos Estados Unidos, em 1945, como “inevitáveis”.
“Eu disse ao primeiro-ministro Shinzo Abe: ‘Me desculpe, mas tenho que me responsabilizar e deixar o cargo’. O primeiro-ministro disse: ‘Isto é lamentável… mas eu aceito sua decisão”, disse Fumio Kyuma aos repórteres.
A demissão do ministro da Defesa ocorre mesmo após Abe ter defendido sua permanência no cargo, ainda que sob forte pressão de oposicionistas e pacifistas.
No sábado, Kyuma declarou que os ataques atômicos norte-americanos contra Hiroshima e Nagasaki eram inevitáveis para o fim da guerra.
De acordo com o comentário, se não fosse os bombardeios de agosto de 1945, o Japão permaneceria lutando e terminaria perdendo parte do território ao norte para a União Soviética, que invadiu a Manchúria no dia em que Nagasaki foi atacada.
A declaração contradiz a posição japonesa, que mantém apoio incondicional aos sobreviventes, de que o uso de armas nucleares nunca serão justificáveis. O banimento a esse tipo de arma é um dos pilares da constituição pacifista do pós-guerra japonês.
Em janeiro, Kyuma, que é natural de Nagasaki, desagradou Washington após dizer que a decisão americana de invadir o Iraque foi um “erro”, pois foi baseado na falsa premissa de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.
O posto de ministro da Defesa deverá agora ficar a cargo de Yuriko Koike.