Entra em operação a primeira “roda do abandono” do Japão
A polêmica “roda do abandono”, no qual bebês são anonimamente deixados por pais sem condições de criá-los, iniciou suas operações na cidade de Kumamoto (Kumamoto) na quinta-feira.
A incubadora, chamada de “konotori no yurikago” (berço de cegonha), está em funcionamento no Hospital Jikei. É a primeira do tipo a operar no Japão.
O projeto é polêmico e a discussão foi parar no governo. “Fundamentalmente, os pais é quem devem cuidar de seus filhos”, disse Yasuhisa Shoizaki, secretário-chefe do gabinete.
Em Tokyo, o primeiro-ministro Shinzo Abe manteve sua crítica contra a medida, dizendo que prefere que os pais consultem o governo ou autoridades administrativas locais antes de abandonar as crianças anonimamente.
A inauguração ocorreu ao meio-dia da quinta-feira, quando o hospital abriu a incubadora de 50 centímetros de comprimento por 60 de largura, permitindo que qualquer pessoa pudesse abri-lo por fora.
Quando um bebê é depositado no local, um alarme é acionado para avisar os funcionários do hospital. As crianças abandonadas são levadas para orfanatos antes de passarem um tempo no hospital. Elas podem ser adotadas ou ficarem abrigadas em institutos assistenciais.
O prefeito de Kumamoto, Seishi Koyama, que aprovou a roda do Hospital Jikei, disse em entrevista coletiva quinta-feira que o município irá cooperar de perto com o hospital e outras partes para respaldar o mecanismo.
Mas Koyama também declarou: “A sociedade japonesa não deveria precisar desse tipo de instalação”.
Em novembro do ano passado, o Hospital Jikei anunciou o plano de construir a roda do abandono. No dia 5 de abril, a prefeitura de Kumamoto aprovou a construção da instalação.