Constituição faz 60 anos em meio à críticas a reforma
A comemoração do aniversário de 60 anos da Constituição japonesa pós-guerra foi marcada pelas preocupações em relação a sua possível reforma. Desde que foi eleito para o cargo, o primeiro-ministro Shinzo Abe tem se esforçado para revisar o artigo 9 da Constituição, que impede que o Japão use o recurso da força em disputas internacionais.
Políticos de oposição fizeram críticas a Abe e sua compulsão. Em um comício em Tokyo, a presidente do Partido Social Democrata Mizuho Fukushima disse que “é um grande feito para o pós-guerra no Japão que não tenhamos matado ninguém na guerra nem ninguém tenha nos matado” sob o a Constituição pacifista.
Discursando para quase seis mil pessoas, ela acrescenta que o aumento do apoio da revisão entre políticos conservadores ocorre porque permitirá que o país venda armas para o exterior. “Realmente queremos que armas produzidas no Japão matem alguém.”
Acadêmicos e pacifistas têm a mesma opinião sobre a revisão na Constituição: ela é importante para o país. “Algumas pessoas dizem que é hora da Constituição se ‘aposentar’ depois de 60 anos, mas nós devemos ter orgulho de seus ideais e conceitos”, disse Mamiko Ueno, professora da Universidade de Chuo.
Enquanto isso, Motofumi Asai, presidente do Instituto da Paz de Hiroshima, disse: “Aqueles que querem revisar o artigo 9 farão com que o país trave guerras desejadas pelos Estados Unidos. Mas eu acredito que sua manutenção promoverá a confiança do Japão na comunidade internacional.”
No mês passado, o governo decidiu montar um painel de especialistas para discutir o direito de exercer a “auto-defesa” coletiva, em que consiste em declarar guerra a um país que tenha atacado um aliado. A expectativa é que se chegue a uma conclusão até o outono japonês. Essa medida é banida pela atual interpretação da Constituição.