Abe pede desculpas às escravas sexuais no Congresso dos EUA
Em visita aos Estados Unidos, o primeiro-ministro Shinzo Abe reiterou seu pedido de desculpas pela escravização sexual de asiáticas durante a 2ª Guerra Mundial em um encontro com líderes congressistas americanos na quinta-feira.
“Acredito que meus comentários e verdadeiras intenções não foram conduzidas adequadamente, mas sou tanto um indivíduo quanto um primeiro-ministro que simpatiza com as ex-“mulheres do conforto” por seu sofrimento e me desculpo pelas dificuldades a que foram colocadas”, disse Abe.
O encontro, ocorrido no Capitólio, em Washington, reuniu cerca de 11 políticos, entre eles a presidente da Câmara Nancy Pelosi e o presidente do Comitê de Assuntos Externos da Câmara Tom Latos.
O encontro representa um raro movimento de um primeiro-ministro japonês para se desculpar diretamente com líderes de outros países. Mas a fala de Abe não convenceu o deputado democrata Mike Honda, autor da resolução que pede um pedido formal de desculpas de Tokyo às vítimas.
“Isto não é um pedido formal”, disse Honda, que não participou do encontro. Ele também indicou que deverá tomar novas medidas nas próximas semanas para levar a resolução ao Congresso. “Tenho a expectativa de que teremos sucesso.”
Grupos de direitos humanos também fizeram uma manifestação com cerca de 100 pessoas na frente da Casa Branca em razão da visita do premiê.
A polêmica teve início quando Abe declarou que não havia evidências de coerção física das mulheres forçadas a se tornarem escravas sexuais de militares japoneses durante o período de guerra.
A discussão chegou até os Estados Unidos, quando congressistas fizeram críticas à declaração e colocaram fogo no debate sobre a resolução.