Japão pede desculpas por escravas sexuais
O primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe fez um pedido claro de desculpas na segunda-feira às mulheres que sofreram abusos sexuais nas ações de ocupação no continente durante o período militar do país.
O pedido aconteceu cerca de três semanas após suas declarações de que não existem provas de que mulheres foram coagidas a trabalhar em bordéis mantidos por militares nipônicos. O comentário causou furor no mundo inteiro e houve pressão internacional para Abe se consertasse.
“Eu expresso minha simpatia às “mulheres do conforto” e peço desculpas a situação a que foram submetidas”, disse o premiê. “Desculpo-me aqui e agora como primeiro-ministro.”
O termo “mulheres do conforto” é usado por muitos políticos japoneses para se referir às escravas sexuais dos tempos de guerra. Estima-se que 200 mil asiáticas, principalmente da Península Coreana e da China, trabalharam contra a vontade nos bordéis que serviam militares japoneses.
O porta-voz do Departamento de Estado americano Tom Casey considerou o pedido de desculpas de Abe como um grande passo, mas disse que o governo precisa trabalhar mais essa questão.
“Nós certamente queremos que o Japão continue trabalhando para resolver este assunto de forma responsável, sabendo da gravidade dos crimes que foram cometidos”, disse Casey.
O Japão rejeitou diversos pedidos de compensações de mulheres forçadas a trabalharem nos bórdeis. Porém, o governo criou em 1995 um fundo privado de assistência às vítimas dos militares.