Japão volta os olhos ao Oriente Médio
O governo japonês pretende ampliar sua influência no Oriente Médio, em decorrência do aumento da demanda por energia na Índia e na China, disse quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores.
A região tem uma forte importância para o Japão. Quase 90% do petróleo consumido no país vem do Oriente Médio. Por isso existe a preocupação do arquipélago em estreitar as relações com eles.
“É impossível que eu exagere na crítica importância para o Japão do
Oriente Médio, que nos fornece recursos tão importantes”, disse o chanceler Taro Aso em discurso em Tokyo. “Como consumidor de petróleo, o Japão deve claramente manter uma presença tangível no Oriente Médio.”
Com o aumento do anti-americanismo na região e, consequentemente, com a diminuição do poder político dos EUA, o Japão deve tomar à frente certos assuntos relacionados à região. Isso pode significar a mediação em tratados de paz com vizinhos inimigos, como israelenses e palestinos. Aso diz que, em março, o Japão deve participar de uma reunião com representantes de Israel, Palestina e Jordânia.
“É essencial garantirmos e então reforçarmos ao máximo a estabilidade
na região, levando a uma ordem mais calma e mais estável”, afirmou. “Isso pode ser feito com o pleno uso dos recursos econômicos, intelectuais e diplomáticos do Japão.”
Essa visão de política exterior já era compartilhada pelo ex-premiê Junichiro Koizumi, que em meados de 2006 ofereceu assistência econômica e cooperação durante uma viagem pelo Oriente Médio. Se sucesso, Shinzo Abe, disse terça-feira que espera ajudar na promoção da paz e confiança na região. Tokyo deve colaborar na construção de um parque agro-industrial na Cisjordânia.