Filhos de sobreviventes da bomba não são afetados pela radiação

Descendentes de sobreviventes da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki (chamados de hibakushas) não tiveram seqüelas genéticas devido à radiação, apontou um estudo da Fundação de Pesquisas sobre Efeitos Radioativos.

“Nós não encontramos dados que comprovem que doenças adquiridas por descendentes de hibakushas estejam ligadas com a exposição de seus pais à radioatividade”, diz o instituto.

O estudo, realizado em conjunto com os EUA, ainda possui tópicos não concluídos e diz que as pesquisas precisam continuar. Um dado encontrado seria o de que descendentes homens de hibakushas seriam menos afetados pela radiação, porém, eles dizem que “isso ainda não está completamente comprovado”.

Para o estudo, os pesquisadores coletaram, desde 2000, amostras de 12 mil filhos de sobreviventes do ataque atômico de 1945.

Para a pesquisa foram observadas seis enfermidades e a correlação seu índice entre descendentes de hibakushas e um grupo de controle. As seis doenças analisadas eram pressão alta, diabetes, colesterol elevado, enfarte, angina peitoral (dor no tórax) e embolia (coágulo no sangue).

Casos do câncer não constam na lista porque o instituto já afirmara que não foram encontradas correlações entre exposição à radiação por parte dos pais e surgimento de câncer entre seus descendentes.

Porém, esse tem sido uma das maiores preocupações dos filhos de hibakushas, que hoje estão, em média, com 48 anos. Hiroko Sakaguchi, 57 anos, moradora de Nagasaki, diz que precisa saber se a doença é desencadeada pela genética. “Daqui a pouco estarei com a idade de quando minha mãe teve câncer (64 anos). Eu quero saber se há efeitos genéticos ou não”, diz.

Estudos anteriores conduzidos pelo instituto e seu precursor, a Comissão das Vítimas da Bomba Atômica, mostraram que não foram encontrados efeitos genéticos em filhos de hibakushas expostos à radioatividade.

Assista ao trailer do documentário Hibakusha: herdeiros atômicos no Brasil, dirigido por Maurício Kinoshita