Japão consegue maioria na Comissão Internacional da Baleia
A proibição mundial de caça às baleias, em vigor há 20 anos, continua intacta, mas a Comissão Internacional da Baleia (CIB) entra em um território desconhecido, com a maioria dos países membros dispostos a derrubar a moratória. Numa votação realizada domingo nas ilhas de São Cristóvão e Névis, Japão e países da África e do Caribe conseguiram aprovar, por 33 votos a 32, uma resolução simbólica que admite o retorno à matança comercial de baleias.
Embora o grupo japonês ainda não tenha a maioria de 75% dos votos, necessária para efetivamente derrubar a proibição, a vitória deu aos países que defendem a caça das baleias um impulso inédito nesta última reunião anual.
Japão, Noruega, Islândia e Rússia, entre outros países com tradição de caça às baleias, já admitem o objetivo de transformar a CIB em um organismo voltado para o manejo racional da população de baleias, em vez de ser um protetor incondicional dos cetáceos.
Para Vassili Papastavrou, biólogo da Fundo Internacional de Bem-Estar Animal, nada mudará, já que Japão e Islândia já matam baleias sob o pretexto de pesquisa científica e a Noruega ignora a proibição baixada em 1986. “Com ou sem votação, 2.400 baleias serão mortas nos próximos 12 meses”, disse.