Jair Oliveira – Sansei cheio de suingue
Quase ninguém sabe, mas o cantor e compositor Jair Oliveira, o Jarzinho do Balão Mágico (grupo musical infantil da década de 80 que hoje possui uma nova formação), tem sangue japonês nas veias. Sua avó materna nasceu no Japão e foi criada na Bolívia. Filho do cantor Jair Rodrigues e irmão da cantora Luciana Mello, Jair Oliveira viajou ao Japão em 1996, junto com a família, e adorou a experiência. Fã da gastronomia nipônica, simpatizante do budismo e com uma queda pelas orientais, Jair Oliveira afirma que a música japonesa influencia seus trabalhos e revela que pretende fazer shows no arquipélago.
Made in Japan – Poucos sabem, mas você tem um lado japonês na família.
Jair Oliveira –Não parece, mas sou descendente de japoneses. Minha avó materna é japonesa. O nome dela é Maria Ikenouchi e nasceu no Japão, mas foi criada na Bolívia. Hoje em dia, mora com meus pais, e tenho bastante contato com ela.
MJ – Você gosta da comida japonesa?
Jair – Gosto especialmente de sushi, sashimi e temaki. Freqüento restaurantes típicos, como o Tako, o Yayoi, o Aoyama e outros. Na casa de meus pais, até montamos um cantinho japonês com tatame, uma mesa baixinha e um biombo. De vez em quando, reunimos a família para um almoço
ou um jantar japonês.
MJ – Como foi a sua viagem ao Japão?
Jair – Acompanhei meu pai em um show que ele realizou na virada do ano de 1996 para 1997 no arquipélago. Ele se apresentou em clubes e restaurantes para o público brasileiro que vive no Japão.
MJ – O que você achou do país?
Jair – O Japão me impressionou. As pessoas são muito disciplinadas. É um povo bastante acolhedor, apesar das dificuldades que tive com o idioma. É incrível como a sociedade é organizada. Parece que todos trabalham duro para fazer com que as coisas funcionem.
MJ – Passou por alguma situação curiosa?
Jair – Houve alguns episódios engraçados. Quando fomos assistir a uma partida de futebol, algumas pessoas vinham pedir para tirar fotos com a gente. Não entendíamos por quê. Depois, um amigo nosso explicou que talvez tenham nos confundido com jogadores de basquete ou algum outro atleta, porque minha irmã é muito alta.
MJ – Você teve problemas com o idioma?
Jair – Andávamos com um dicionário no bolso, tentando alguma forma de comunicação. Uma vez, entramos em uma loja e fiquei interessado em um tênis usado, mas o preço não estava marcado. Abri o dicionário e com muito custo descobri como se perguntava o preço. Alegremente, pronunciei um “ikura desu ka”. A resposta foi imediata, mas saiu tão rápida que não entendi nada.
MJ – O que achou dos japoneses, em especial, das japonesas?
Jair – Achei as japonesas muito bonitas. Aliás, tenho uma queda por mestiças. Gostei do modo como elas se vestem por lá, com os saltos plataforma e os diferentes estilos.
MJ – Seu trabalho tem alguma influência da cultura japonesa?
Jair – Gosto de ouvir música pop japonesa e, às vezes, isso influencia minhas composições. Em meu primeiro CD, Dis’ritmia, a faixa Dia Quente traz algumas referências à música japonesa,
e na gravação colocamos um instrumento típico, o koto.
MJ – Você tem planos de fazer shows no Japão?
Jair – Já estamos distribuindo meus CDs por lá e futuramente quero me apresentar no Japão.
Matéria publicada na edição #61 da Made in Japan