Superstições japonesas
Que a modernidade e a tecnologia são inegáveis características nipônicas todo mundo sabe. O que muitos ignoram é que o mesmo japonês que atravessa o país de trem-bala, de laptop no colo, jamais vai cortar suas unhas à noite. Por quê? Simples: isso pode representar má sorte e, o pior, ele não conseguirá estar com seus parentes quando esses morrerem.
Isso mesmo, os japoneses são tão apegados a crendices populares quanto qualquer outra nação, digamos, menos desenvolvida. De tão populares, algumas superstições japonesas são quase que uma instituição nacional, como o fato de ninguém querer estacionar o automóvel em uma vaga cujo número seja o quatro. É que a pronúncia da palavra quatro em japonês (shi) é a mesma de morte (shi). Por isso também é comum que os prédios não tenham o quarto andar.
Confira a seguir outras superstições e manias japonesas. Assim, já sabe como agir caso vá ao Japão. Mesmo que não tenham qualquer respaldo científico, não custa conhecê-las, afinal, nunca se sabe:
Além de não utilizar o número 4 (shi)
em andares de hospitais, outro costume referente ao número é não dar lembrancinhas ou presentinhos (os omiyages) compostos por quatro unidades ou quatro peças. O presente pode virar motivo para o término da amizade.
Outros números na mira dos japoneses:
9 – Sua pronúncia “ku” que significar agonia ou tortura.
42 – significa morrer se for pronunciado separadamente (shi-ni).
420 – significa espírito se for pronunciado separadamente (shi-ni- rei).
Por causa dessa superstição, esses números não aparecem em leitos de hospitais.
Como no Brasil,
não deixe que um gato preto atravesse a rua na sua frente. Dá azar.
Não mate uma aranha à noite
Você pode perder todo o dinheiro que possui. Como a situação econômica do arquipélago não é das melhores, deixe os aracnídeos sossegados.
Alerta para quem tem medo de cobras:
não assobiem à noite, porque poderão topar com uma representante da família dos répteis ofídios. Além de cobra, pode também ser um ladrão.
Reza a crendice japonesa
que muitas pessoas que se deitam após comer podem se transformar em um boi. Mesmo que essa metamorfose não se concretize, é certo que estará ganhando alguns quilinhos a mais se adquirir o hábito.
Jamais coma enguia com “umê” em conserva (ou “tempurá” com melancia).
Essas superstições lembram os ditos brasileiros de “não tomar leite depois de comer manga”.
Se comprar sapatos novos,
evite estreá-los à noite. Isso pode trazer má sorte.
Para quem vive tentado a sorte.
grande nas loterias, uma boa dica: se você encontrar um pedaço de couro de cobra, deve guardá-lo na carteira. Segundo dizem, isso fará com que você fique rico. Não custa arriscar.
Quando estiver em um local cujo piso é de tatame não pise nas bordas para não atrair má sorte.
Enfiar os talhares japoneses (hashis) em uma tigela de arroz.
Além de ser delito de etiqueta gastronômica dos mais graves, ainda é uma provocação ao outro mundo. Isso porque, no Japão, os hashis são cravados na tigela de arroz somente em uma situação: para deixar o arroz no altar em oferenda aos mortos.
Nunca passe comida de seu hashis para os de outra pessoa.
Após a cremação, em um funeral japonês, os parentes costumam utilizar os hashis para passar os ossos do falecido uns para os outros.
Matéria publicada na edição #61 da Made in Japan