Imigração japonesa começou com o Kasato Maru
Foi a partir de 1906 que se multiplicaram as discussões sobre uma possível experiência com o trabalhador japonês na lavoura brasileira. Apesar das opiniões não serem unanimemente favoráveis, os dois governos, tanto o japonês como o brasileiro, representado pelo paulista, pareciam dispostos a levar adiante tal empreendimento.
Muitos imigrantes vinham iludidos com a propaganda errônea de que em pouco tempo retornariam ricos à pátria de origem. As oportunidades oferecidas por nossa lavoura cafeeira mostravam-se extremamente atraentes.
Os primeiros imigrantes deixaram o porto de Kobe em 28 de abril de 1908, pelo navio a vapor Kasato Maru, que viria pelo Cabo da Boa Esperança. Uma carta enviada pelo Cônsul do Brasil no Japão, M. Santos da Silva, analisava criticamente os imigrados, considerando-os baixos e feios. Destacava, todavia, os procedentes de Okinawa, dizendo que eram fortes e resistentes, muito dados à agricultura, acreditando mesmo que seriam bastante apreciados em São Paulo.
Finalmente, a carta relatava que não seria possível exigir do oriental mais que dois terços da produção de um europeu, e os salários deveriam ser proporcionais a esta diferença de produtividade.
A 18 de junho de 1908, atracou no porto de Santos, às 11 horas e 17 minutos, o Kasato Maru, trazendo a bordo os primeiros 781 japoneses que vieram trabalhar na lavoura cafeeira paulista.
Na distribuição dos nipônicos foi respeitada, na medida do possível, o laço de união entre as pessoas de uma mesma região. Assim, para a fazenda Dumont, foram encaminhdos os prevenientes de Fukushima, Kumamoto, Kagoshima, Hiroshima, Miyagi e Tokyo; para Guatapará, os de Kagoshima, Niigata e Hiroshima; para São Martinho, os restantes de Kagoshima; para Sobrado, os de Yamaguchi e Ehime; para Floresta, os de Okinawa e, para a propriedade de São Paulo Coffee States, os demais de Okinawa. Alguns permaneceram desde o início na Capital.