Perfil: Jorge Tsuchimoto, do Nami Izakaya
Nos anos 80, Jorge Tsuchimoto foi fotógrafo das revistas Manchete e Pais & Filhos; depois, por 25 anos, trabalhou como marchand das obras de Manabu Mabe, seu tio.
Em 1994, fez um curso de sushi por hobby. Em seguida, atendendo a pedidos de amigos, realizou alguns workshops informais. A partir de 2008, decidiu dedicar-se à gastronomia como profissão. Há dois anos, é o chef do Nami Izakaya.
“O izakaya é um novo estilo que hoje está ficando conhecido no Brasil. Tem o Momotaro, do Adriano Kanashiro, e o novo restaurante do Shin Koike (Sakagura A1) também, por exemplo”, diz.
“O mercado, hoje, está muito saturado com restaurantes japoneses do tipo por quilo, festival, rodízio… A opção foi tentar pegar um mercado diferenciado. Fazer pratos e petiscos de boteco, coisas às quais as pessoas não estão acostumadas”, completa o chef.
No mesmo sentido, Jorge critica a banalização da culinária japonesa. “É preciso parar com esse conceito de rodízio, rodízio. Não gosto do improviso para baratear. Já vi pessoas misturarem arroz agulhinha no gohan (arroz japonês). É uma coisa absurda”.
O chef aponta as dificuldades de montar uma equipe de trabalho. “No mercado de gastronomia, ainda faltam bons profissionais. Não é todo mundo que aguenta”, avalia. “Todo aluno de gastronomia, antes de começar o curso, deveria fazer estágio em uma cozinha. Porque não é chegar, ter sua bancada, sua faca, cortar seus legumes e fazer um show na frente de todo mundo”.
Jorge revela sua admiração pelos chefs Jun Sakamoto, Tsuyoshi Murakami, Flávio Miyamura e, especialmente, Shin Koike e Adriano Kanashiro. “Na minha opinião, são os melhores”.