Conteúdo da Hashitag #16

A moda dos food trucks

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Foto: Henrique Minatogawa

A onda de food trucks pelo Brasil chegou como uma nova opção de investimento no setor de vendas de alimentos, com custos mais baixos e sem a necessidade de construir um ponto comercial fixo. A moda, que teve início em meados de 2008 nos Estados Unidos, atraiu muitos empreendedores brasileiros que encontraram uma oportunidade de criar um negócio próprio.

O sucesso foi se alastrando por São Paulo e já ganhou as estradas pelo resto do Brasil, com diferentes especialidades culinárias, e é claro que não poderiam faltar opções asiáticas. Nas ruas de São Paulo, o que não faltam são temakerias que oferecem infinitas variedades de temakis produzidos em um piscar de olhos.

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Fotos: Henrique Minatogawa

O sushiman Mauricio Vieira Fernandes, por exemplo, do Shiira Temaki, conta que trabalhou por seis anos em restaurantes japoneses e chegou até a assumir a gerência de um restaurante chinês por um ano. Aprendeu a parte prática da cozinha e da administração de um negócio e chegou a trabalhar no food truck de seu último empregador. “Descobri que aqui tenho contato direto com as pessoas e que trabalhar em um espaço móvel é divertido porque tem um clima amigável em que posso interagir mais com os clientes”, observa Fernandes.

Outros trailers trazem opções mais típicas de comidas de rua como o okonomiyaki e o takoyaki do Japão ou o pad thai (prato com macarrão de arroz) da Tailândia. Outros buscam um diferencial, como os hambúrgueres de wagyu e o donburi de porco no missô.

Conheça alguns dos food trucks de comida asiática que estão rodando por São Paulo e aproveite para variar o cardápio sem gastar muito.

Samurai Kobe

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Gyudon com carne de wagyu Foto: Divulgação
O Samurai Kobe surgiu em fevereiro de 2015. Apesar de ser relativamente novo, o empreendimento é resultado de experiências no setor de alimentos que o empresário Henry Nakaya já carrega em sua família. “A divisão de pecuária Kenstar e o frigorífico Cowpig já detêm know how do processo produtivo há tempos”, observa Nakaya. “Como food parks e comida de rua estão virando uma tendência, não podíamos deixar essa oportunidade passar”.

Para colocar o plano em prática, a equipe começou com testes em cozinha industrial, testes de mercado e em eventos. “O shogayaki (wagyu fatiado com shoyu e gengibre) foi uma surpresa, por exemplo. É um prato nutricionalmente completo e harmonioso que inclui arroz, missoshiru, arare (snack de arroz) e carne e que muitos descendentes de japoneses elogiam nos eventos”. A proposta do Samurai Kobe é oferecer wagyu, com pratos de R$ 25. “Só conseguimos esse valor porque temos a cadeia inteira do processo alinhada: produtor, frigorífico e operador”, comenta Nakaya. Além do shogayaki, o food truck também vende o kobe burger (com quatro opções de molhos: tonkatsu, de sriracha, wasabi e gengibre) e o kobe yakisoba.

Para desenvolver os pratos, Nakaya disse que teve a consultoria do chef Alexandre Saber, do Sassa Sushi. Além disso, foi feita uma parceria direta com a empresa Sakura, fabricante que fornece as matérias-primas para os molhos do trailer.


Furikake Food

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Furikake Food faz furikake caseiro (farofa crocante) para acompanhar os pratos Foto: Henrique Minatogawa

Marcos Miyake começou a desenhar o projeto em outubro de 2014 e abandonou a carreira como funcionário de uma empresa de software para investir em um negócio próprio. “Minha primeira ideia foi trabalhar com hambúrguer, depois com temaki, mas vi que já são dois produtos que têm muita concorrência e eu seria apenas mais um”.

Pensando nisso, Miyake apostou em uma linha de trabalho um pouco diferente, mais caseira, para mostrar uma opção popular da culinária japonesa.

No cardápio do Furikake, ganha destaque o donburi (tigela de arroz) com porco no missô ou frango grelhado com shoyu, polvilhado com furikake caseiro. “Aprendi a receita do furikake com meu pai e percebo que muitas pessoas ficam curiosas para saber o que é furikake”, comentou, ao explicar que entre descendentes de japoneses, a aceitação do produto costuma ser maior. “Para explicar, associo o furikake a uma ‘farofinha’ feita com nori, gergelim, temperos secos e flocos de arroz crocante”, brinca.

O microempresário encara seu trabalho como um desafio para fazer as pessoas conhecerem mais a comida japonesa, que vai muito além do que é oferecido em rodízios.

“O ambiente das feiras é muito amigável e por mais que os outros carros sejam, de certa forma, concorrentes, todos são muito receptivos, trocam experiências e se ajudam”, observa Miyake.

Facebook: /furikakefood
Instagram: @furikakefood

Yu Yatai

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Takoyaki é uma das comidinhas de rua populares no Japão. O bolinho é cremoso e tem pedacinhos de polvo no recheio
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A cada semana uma agenda nova em praças, parques e eventos

Marcelo Yuji Inoue e Jackson Sandela resolveram investir no próprio negócio em abril de 2015. “Eu trabalhava na área de TI e resolvi abandonar a carreira para tocar um bar com meu atual sócio”, conta Inoue. Como a casa tinha mais gastos do que retorno, resolveram investir no trailer Yu Yatai. “Acho muito difícil encontrar okonomiyakis gostosos”, comenta o paulistano ao lembrar que, na infância, frequentava um local que fazia o prato do jeito que gostava, mas como o restaurante já não existe mais, decidiu aprender a fazer o próprio okonomiyaki.

“A ideia surgiu por dois motivos: primeiro porque em São Paulo é muito difícil encontrar locais que façam okonomiyaki (tipo de panqueca com massa feita com repolho, uma superfície crocante e finalizada com molho agridoce, maionese, flocos de bonito e aonori); segundo porque queríamos trazer um pouco do que é popular no Japão”, avalia.

De acordo com Inoue, o investimento em um carro pode variar de 40 mil a 300 mil reais, dependendo dos equipamentos e do tipo de carro. “Administrar um food truck é diferente do que estávamos acostumados com o bar, pois a organização das planilhas de estoque e de gastos é bem diferente”, observa.

O empreendedor ressalta que lidar com eventos exige uma noção do quanto pode render cada dia, da quantidade de alimento e bebida que precisa ser levada para cada local, além de ser importante selecionar os pontos de vendas.

Como o começo sempre é mais difícil, Inoue explicou que tem buscado os food parks para conhecer pessoas e grupos. “Pedimos autorização na prefeitura, estamos de acordo com as exigências da Anvisa e aos poucos vamos descobrindo alguns lugares nas ruas”.

Em relação à receptividade do público, o empreendedor explica que muitos ainda não conhecem esse lado da culinária japonesa. “Ainda assim, os comentários de quem experimenta têm sido bem positivos e já ouvimos até de japoneses que o sabor é parecido com o que conhecem do Japão”, conta Inoue.

Facebook: /yuyatai.sp
Instagram: @yuyatai.sp

Temaki Point

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Emilio Toshio Oki, 29, e Paulo Enrico, 30, abriram o Temaki Point há quase três anos e são da geração inicial de food trucks no Brasil. Enrico trabalhava com importação de produtos de informática e queria mudar de ramo. Oki já trabalhava em um buffet de comida japonesa e quando soube que Enrico queria abrir um novo negócio, resolveu unir forças para investir no mercado.

“Hoje é muito mais fácil montar um carro, mas naquela época, ainda não existia legislação para trabalhar na rua, nem essa variedade de food parks para trabalhar”, lembra Enrico ao explicar que antes da lei (15.947/2013) que direciona a comercialização de comidas de rua, os caminhões só podiam parar em locais privados e que, por isso, participavam mais de eventos fechados, como shows e festivais.

Para deixar tudo preparado, eles têm uma cozinha e um estoque na Lapa. De lá, saem com quase tudo pronto e organizado. Dentro do carro, é feita apenas a finalização dos temakis, que ficam prontos em 12 segundos. Os temakis custam de R$ 9,90 a 11,90 e são servidos em uma embalagem exclusiva que os microempresários desenvolveram para evitar o contato direto das mãos com a alga.

Facebook: /temakipointbr
Instagram: @temakipointbr


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