Cerveja japonesa em versão brasileira
Há cerca de seis meses, os primeiros testes da produção nacional começaram a ser feitos em conjunto com o mestre cervejeiro japonês Takashi Nakamura.
“Ele acompanhou todo o processo para que pudéssemos atingir o mesmo padrão de qualidade do Japão e, além disso, a cerveja também precisou passar por aprovação da equipe japonesa”, disse Geovane de Borba, VP comercial da Brasil Kirin. “A distribuição, inicialmente, será focada nas regiões sul e sudeste do Brasil, para restaurantes japoneses, empórios e bares com uma carta de cerveja mais especializada”, disse Borba.
Durante o lançamento oficial da cerveja no Brasil, realizado no Hotel Intercontinental de São Paulo, o presidente da Kirin, Yoshinori Isozaki, disse que espera que o mercado brasileiro da cerveja premium Kirin Ichiban alcance uma fatia considerável de vendas em comparação com os outros quarenta países em que o rótulo é vendido.
Hoje, depois do mercado japonês propriamente dito, o americano é o maior consumidor da cerveja e Isozaki atribui as expectativas para o cenário brasileiro ao crescimento do consumo de cervejas premium, à valorização da gastronomia oriental e também à presença de uma grande comunidade japonesa principalmente nas regiões sudeste e sul do Brasil.
“Nós também optamos pela venda apenas de garrafas (longneck de 355 ml) da Kirin Ichiban Shibori para manter o estilo premium da cerveja que, como o próprio nome diz, é feita com o produto obtido da primeira (ichiban) prensa (shibori). A partir do momento em que começamos a retomar essa característica do nome da cerveja associado ao processo de fabricação, as vendas do rótulo cresceram muito”, explicou Isozaki.
O mestre cervejeiro da Kirin Brasil, Samuel Hoshino, explicou que o fato de ser usado apenas a primeira parte do mosto da cerveja faz com que o sabor seja mais acentuado. “É uma cerveja suave, mas mais amarga que as demais”, descreve.
Para Hoshino, produzir a cerveja no Brasil foi importante para manter a qualidade da cerveja. “Hoje, a gente consegue controlar a qualidade da água graças às novas tecnologias de produção, nós usamos a mesma levedura das fábricas japonesas e ainda diminuímos o tempo e o desgaste ocasionado pelo transporte”, avalia.