Pavilhão do Japão apresenta produtos na Equipotel 2012
Degustação
A Uji no Tsuyu Seicha, de Kyoto, trouxe o chá Iyemon. A maioria dos visitantes pediu açúcar ou adoçante, que estavam disponíveis na bancada. “Se as pessoas gostam com açúcar, não tem problema. O importante é que bebam o chá da maneira que acharem melhor. Sei que o chá tem um lado muito tradicional também, mas colocar açúcar ou adoçante não é problema algum”, disse Eri Azuma, executiva de vendas internacionais.
A Kanesa, da província de Aomori, apresentou o missô granulado e o Missotchup (molho de missô com gengibre). “Existe uma comunidade japonesa muito forte no Brasil que já conhece o missô, mas, além da forma tradicional em pasta, há várias outras formas do produto. Nosso objetivo é exatamente apresentar essas outras formas de apreciar o missô para o público brasileiro em geral”, disse Kiyoshi Takada, líder da equipe de planejamento e desenvolvimento.“Já estivemos nos EUA, Europa, Ásia e Oceania, expondo em feiras como esta. As reações dos visitantes não são muito diversas. Frequentemente, as pessoas se recusam a degustar o produto. Porém, no Brasil, temos notado que as pessoas são mais abertas, mais pró-ativas. Como existe uma grande comunidade de nipodescendentes, creio que isso facilita a aproximação, pois já há a afinidade. No sentido de promover o produto, que é o nosso objetivo, está sendo muito gratificante”, completou Takada.
A Igeta Shoyu, de Shimane, apresentou sua linha de molho de soja, tempero que já existe no Brasil, embora sem grande variedade. “Achei que tem o gosto mais natural. Não é tão forte quanto o shoyu brasileiro. Tem um sabor mais ‘madeirado’; acredito que seja pelo envelhecimento”, disse Fábio Gonçalves, estudante de nutrição.
Quando questionado se o shoyu poderia ser mais salgado, Matheus Rodrigues, colega de Fábio, respondeu que “não, se fosse mais salgado, não ficaria bom. Do jeito que está, já está bem saboroso”.
“As empresas japonesas certamente têm muito interesse no mercado brasileiro, mas o brasileiro ainda não conhece o produto japonês. Então, para aumentar o mercado, a gente precisa explicar”, disse o chef Shin Koike, que assessora a Jetro no evento.
Investimento em saquê
Dez empresas trouxeram saquê para o evento; dessas, nove são da região nordeste do Japão, a mais atingida pelo terremoto e tsunami de 11 de março do ano passado.“Neste evento, é possível notar como o Japão agora está investindo em saquê e percebendo que o Brasil é um mercado em crescimento para o produto. Há produtores mais artesanais, cada um trazendo o saquê de sua região, e vendo as diferenças que cada saquê pode oferecer. Como a categoria é grande e diferenciada, é possível provar o nama, um saquê não-pasteurizado, um karakuchi, mais seco, frutado e também o licor de ume. Existem tantos tipos de saquê, e agora o Japão está começando a trazer para o Brasil”, afirma Yasmin Yonashiro, sommelier da Haru Consultoria, especializada em saquê.Entre os aspectos regionais, Yasmin destacou o saquê feito a partir do arroz dewasansan – no estande da Gassan, havia um cartaz em que estava escrito “dewa33”, em um trocadilho tipicamente japonês (san é 3 em japonês). Essa variação surgiu quando produtores da região de Yamagata se uniram para criar um arroz especial para a produção do saquê.A maioria dos fabricantes apresentou, em média, três tipos de saquê, demonstrando que a variedade da bebida é, de fato, muito ampla. “É bem diferente do que eu sabia de saquê – ou do que eu achava que sabia de saquê”, disse um visitante, após experimentar um nigori (saquê não-filtrado).
“Se 10% das pessoas que vieram se interessarem mesmo e mudarem a concepção que tinham do saquê, sabendo que existem tantos tipos e fabricantes diferentes, acredito que já é válido. Depois, é um trabalho de produtoras, importadoras e até do governo japonês de olhar o Brasil como um grande mercado de consumo”, completa Sonia Yamane, também da Haru.