A excelência da carne
Mas afinal, o que essa carne tem de tão especial?
Nela, a gordura está infiltrada entre as fibras musculares formando desenhos perfeitos de marmoreio. O sabor de qualquer carne tem uma relação direta com o seu teor de gordura. Uma boa carne é aquela que mantém o equilíbrio entre a “suculência e a maciez” (definidas pelo teor de gordura) com o “paladar e aroma” (resultado da qualidade dessa gordura). A Kobe Beef, dizem os entendidos, é a excelência da carne e nada a supera em maciez e sabor.
No Japão, o budismo impediu o consumo da carne bovina durante muito tempo. Mas a Restauração Meiji (1868) deu uma abrandada nas restrições alimentares. Algumas raças estrangeiras foram trazidas para o Japão, mas a Wagyu, raça milenar japonesa, ainda hoje é mantida preservada para uma seleção intensa buscando a carne com a infiltração ideal de gordura em suas fibras.
No Brasil, a raça Wagyu chegou em 1992, por iniciativa da Fazenda Yakult, em Bragança Paulista. Hoje, são 14 fazendas espalhadas pelo Brasil todo que produzem rebanhos de matrizes e reprodutores altamente selecionados para as características de marmoreio. A carne já está presente em restaurantes como o Rubaiyat, que oferece em seu cardápio o Tropical Kobe Beef, nas versões Baby Beef e Bife de Chorizo. Também alguns requintados restaurantes japoneses oferecem a carne, na versão sukiyaki, como no Shintori e no Rangetsu of Tokyo.O preço ainda é proibitivo para se preparar em casa o prato: na faixa de 200 reais o quilo do contrafilé. A Kobe Beef é considerada uma das nove mais cobiçadas iguarias do mundo, selecionada pela imprensa americana, juntamente como o foie-gras e a trufa branca.
Veja em Jojoscope, a história do Wagyu e as preparações com essa nobre carne.