De olho puxado na Bienal: confira a participação japonesa
:: Vídeo: Kaijima, do Atelier Bow-Wow, fala sobre suas obras
“Monkey Way” permite visitantes caminharem pelas árvores.
O toque nipônico Bienal de Artes de São Paulo deste ano fica por conta de três artistas. Um deles é Michihiro Shimabuku, que, apesar de morar na Alemanha, já está a um mês no Brasil realizando sua pesquisa para a instalação que vai expor na mostra. Seu trabalho envolve dois vídeos: uma de sua peregrinação pelo Japão com um polvo (sim, o fruto do mar) e o outro sobre dois repentistas do vale do Anhangabaú improvisando versos sobre o “artista pescador”.
Já a dupla de arquitetos Momoyo Kaijima e Yoshiharu Tsukamoto, que compõem o Atelier Bow-Wow, projetaram uma espécie de ponte que liga o prédio com duas árvores. “A intenção é evocar um lado mais primitivo do homem”, explicam. Curiosamente a obra foi chamada de “monkey way”, que significa o caminho do macaco. Além desse trabalho, outros dois projetos foram trazidos para a exposição: o “Jumbo Origamic Arch” e o “Mangá Pod”.
Shimabuku quis viajar pelo Japão carregando um polvo com a idéia de fazer com que o símbolo de sua terra natal (Kobe, Osaka) percorresse a extensão da ilha. No Brasil, contou sua experiência para dois repentistas no vale do Anhangabaú. A dupla improvisou uma música em homenagem ao artista, que foi confundido com um pescador por ter mencionado a história do polvo.
O Jumbo Origamic Arch é um material feito de derivado de papel, portanto maleável, que permite ser moldado com facilidade. O intuito é construir uma espécie de arco que pode servir como abrigo, muito útil em ocasiões pós-catástrofes naturais, freqüentes no Japão. Crianças, mulheres e idosos podem fazer o arco com tranqüilidade. Apesar de ser leve, o material é revestido e impermeável.
O Mangá Pod é uma espécie de instalação-estante que permite o leitor se acomodar dentro de prateleiras maleáveis. O usuário pode configurar a geometria da obra, moldando-a de forma conveniente com o espaço físico que dispõe ou que mais lhe agrada esteticamente.
Reportagem: César Hirasaki