Sede da Associação Japonesa de Santos é devolvida após 73 anos

O projeto de lei que autoriza a devolução definitiva do imóvel da sede da Associação Japonesa de Santos, confiscado após a Segunda Guerra Mundial, foi sancionado no dia 5 de dezembro pelo Presidente da República, Michel Temer. A decisão foi publicada no dia 6 de dezembro no Diário Oficial da União.

A proposta, elaborada pelo então deputado Koyu Iha, tramitou no Congresso Nacional desde 1994 e foi retomado por iniciativa do deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP). Em julho de 2016, uma comitiva de diretores da Associação esteve juntamente com o parlamentar em uma reunião com o primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara, que também contou com o reforço do Embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda.

Em maio, representantes da Associação se encontraram com o Cônsul Geral do Japão em São Paulo, em que discutiram a possibilidade de apreciação e aprovação do texto, demonstrando a importância do assunto. Após seis meses, o projeto recebeu aprovação na Câmara dos Deputados e estava apenas à espera da sanção do presidente Temer.

O que aconteceu?

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a aliança do Brasil contra os países do Eixo (incluindo o Japão), a situação dos imigrantes ficou complicada. Na época, os imigrantes dos países considerados inimigos foram obrigados a deixar Santos, pois a cidade fora considerada área de segurança nacional.

Após o fim da guerra, mesmo com o retorno dos imigrantes à cidade, a sede da Associação Japonesa e outras entidades acabaram sendo transferidas ao patrimônio do governo brasileiro.

Somente em 2016, com a sanção do presidente Temer, ficou definitivamente resolvida a devolução da sede à Associação Japonesa de Santos, que hoje é responsável pela divulgação da cultura japonesa por meio de eventos, cursos e atividades culturais, além do ensino da língua japonesa na cidade.